PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO
DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

“Alvaiázere Capital do Chícharo” foi inaugurada entre arte contemporânea

31 de Outubro de 2023

De seis a oito de outubro, o festival gastronómico ‘Alvaiázere Capital do Chícharo’ na sua 19ª edição animou, mais uma vez a vila de Alvaiázere, com a promoção da leguminosa, que já é uma marca de referência do concelho. E para além da vertente gastronómica, com as tasquinhas dinamizadas pelas associações do concelho, contou com diversos espetáculos musicais e exposições, artesanato, velharias, animação de rua e o tradicional mercado de produtos endógenos

Este ano a cerimónia de abertura do evento ‘Alvaiázere Capital do Chícharo’ aconteceu no Museu Municipal para integrar a inauguração da exposição “DiálogosArte contemporânea ao serviço da comunidade II” do Colecionador J.L.M. Assim, foi entre obras de arte contemporânea que se posicionou a mesa inaugural e os convidados. Abriu a sessão o Presidente da Assembleia Municipal, Carlos Graça, que considerou o evento ‘Alvaiázere Capital do Chícharo’, como uma marca identitária do concelho e de relevante importância em territórios de baixa densidade e com grande ligação ao mundo rural. Historiou a criação deste evento, que foi pensado por dois filhos da terra que vivem em lisboa, ideia esta acarinhada pelo então presidente da CMA, Álvaro Pinto Simões, de tornar o Chícharo um potencial promotor do concelho. E afirmou, “O chícharo dinamiza outros produtos da terra, como o vinho, o azeite de grande qualidade e até já evoluiu para a doçaria e para os licores”. Considerou a despesa deste evento como um investimento, dando a possibilidade aos alvaiazerenses e visitantes deste Festival de descomprimirem, com um programa vasto e atraente, numa época em que as notícias são tão deprimentes.

Terminou com uma saudação, “Viva a vida, viva o Chícharo e este Museu, que a nível cultural é um dos melhores da nossa região”, destacando o papel da sua diretora.

Por seu turno o Presidente da Câmara Municipal, João Guerreiro, após cumprimentar todos os presentes, reforçou a ideia de que o festival dinamiza o território, atraindo pessoas e ajudando os agentes locais, comércio, restaurantes e associações do concelho. Agradeceu a todos pela sua colaboração na concretização do evento.

Evidenciou que ‘Alvaiázere Capital do Chícharo ‘, já não é criança e já faz história, com 19 anos de vida, mantendo um dinamismo cultural que nos enriquece. Neste contexto enalteceu a papel da Filarmónica Santa Cecília, que na celebração dos seus 100 anos vai trazer a este festival a Banda de Música da Força Aérea, que muito nos honra.

Aproveitou a presença da Diretora da Cultura para continuar a falar sobre cultura e a dificuldade do acesso a esta no interior do país, fazendo-lhe um apelo, “ Nestes eventos tentamos trazer mais cultura para Alvaiázere e temos uma infraestrutura de excelência, o Cine Teatro José Mendes de Carvalho, que precisa de obras urgentes, a instituição, Santa Casa da Misericórdia, sua proprietária, há muito que procura financiamento e não consegue, nem o Município tem essa capacidade pelo que solicito que interceda por nós e por estas infraestruturas, temos a Casa da Cultura, mas não tem dimensão para determinados eventos”.

Concluiu fazendo uma referência à exposição envolvente, agradecendo ao colecionador J.L.M. por proporcionar esta exposição no Museu Municipal, que a todos orgulha.

De seguida usou da palavra a Diretora regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes que enalteceu o papel da CMA na organização de eventos culturais, dando como exemplo a exposição patente no Museu Municipal, uma coleção privada de arte contemporânea. Sublinhou que é algo com expressividade em Portugal, em que várias cidades viram nascer projetos pelas coleções privadas. Enalteceu os proprietários destas coleções privadas, já que o empréstimo demonstra um despojamento, prescindindo de um direito seu da sua coleção privada, em benefício de uma democracia cultural promovendo o desenvolvimento de todas as pessoas ao usufruírem destas obras de arte num Museu. Salientou a importância dos museus, anunciando o plano estratégico de remodelação destes na próxima década. Revelou ainda estar sensível às preocupações demonstradas pelo município, que também são as da Direção Regional da Cultura, na salvaguarda de um vastíssimo património material e imaterial das nossas comunidades, consciente, em que a história nos irá julgar a todos. Concluiu felicitando o Colecionador desta especial coleção.

Seguiu-se a inauguração da referida exposição, “Diálogos Arte contemporânea ao serviço da comunidade II”, que estará patente ao público até ao dia seis de janeiro de 2024, sendo o segundo núcleo expositivo após a assinatura do protocolo, de cinco anos, entre o colecionador, Joaquim Campeão e a CMA, tendo sido o primeiro núcleo de arte contemporânea inaugurado aquando da FAFIPA.

A contextualização das 34 peças de 28 autores, “com grande representatividade no âmbito da arte contemporânea em Portugal e alguns deles também fora do país” foi feita pelo Colecionador J.L.M, referindo que os objetivos das duas exposições continuam os mesmos, “o diálogo, a partilha e o confronto entre as peças em exposição e quem as visita”, assim como na sua preparação. “Também na preparação desta, tivemos o cuidado de selecionar um conjunto de peças que, entre si, tivessem alguma coerência expositiva, fosse pela forma, pela cor ou outra relação”.

Joaquim Campeão, agradeceu mais esta oportunidade de trazer ao interior, arte contemporânea e desejou, “que possa ser o embrião para a realização de outras, trazendo outras coleções para um maior conhecimento da arte contemporânea que se faz no país em ligação também com um conjunto de cerca de 150 peças em depósito neste museu”.

Revelou ainda que em futuras exposições poderão ser apresentados outros suportes como por exemplo, a fotografia sendo esta uma área que muito lhe agrada.

E esclareceu que embora seja psicólogo, quando a sua filha nasceu começou a ter um gosto especial por colecionar obras de arte, começando a adquirir estas conforme as suas possibilidades. E recordou que relativamente ao investimento efetuado nas obras de arte, um dia alguém o justificou como, “cada vez que olho para elas amortizo o valor que dei por elas”. Assim, desejou que todos usufruam destas, como ele usufruía quando estavam em sua casa. Concluindo, “é uma modesta contribuição da minha parte para que no concelho de Alvaiázere e região as pessoas também possam ver arte contemporânea”. Congratulou-se por ser neste museu por considerar este de grande qualidade e também por ser, “uma forma de colaborar com a autarquia”.

O colecionador, Joaquim Campeão agradeceu à Autarquia de Alvaiázere e à Diretora do Museu, Paula Cassiano, pelo interesse sempre demonstrado, assim como ao Curador da arte contemporânea, José Carvalho e a todos os presentes.

Teodora Cardo