PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO
DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

Não está certo

30 de Junho de 2018

Para o mês que agora corre à minha mente não tem ocorrido muitas versões sobre as quais me debruçaria. Mas, no entanto, verifico que cada vez vejo nos jornais diários deste País, tanta e tanta coisa que até fico admirado como há certos cavalheiros e, a ser verdade o que neles consta, não têm vergonha de se apresentarem diante do povo, como nada fosse com eles e quererem mostrar que são honestos. Mas enfim...

Eu digo e tenho a opinião dos homens antigos, de que a mola real disto tudo é o dinheiro (o material sonante, o canta João). Tenho lido nos jornais, quase todos os dias, de que os graúdos, de gravata engomada, que se querem passar por sérios, depois de estarem nos altos comandos, mais tarde ou mais cedo, é preciso é estar no lugar próprio, entram nos negócios escuros, metendo para as suas contas bancárias e até para os bancos estrangeiros avultados montes de dinheiro (euros), tudo a fugir ao fisco pela porta das travessas como o povo costuma dizer. Eu fico admirado como certos cavalheiros, segundo os jornais dizem, estão metidos nestes molhos de brocas, como diz o povo. Mas enfim, onde está a palavra vergonha? Nem sabem escrever esta linda palavra. Não sabem onde ela mora. Querem é o dinheiro, para possivelmente o levarem para a sepultura quando morrerem.

Estes actuais senhores, que usam fato engomado diziam que os antigos eram isto e aquilo, mas o certo é que a honestidade dos actuais nem pela raiz dos cabelos lhes passa. Mas como estes, ainda havia mais, mas alguns já lá estão e de certeza não levaram a moeda para no infinito jogarem às cartas, deixam-no cá todo, para ser espalhado de qualquer maneira e feitio, mal ganho, mal gasto, como se costuma dizer.

Esses senhores se tivessem vergonha deviam procurar levar uma vida de tal forma que não fosse censurada tanto pelo povo como pela comunicação social. Mas, cada vez aparecem como se nada fosse com eles. Os sérios já acabaram. O modesto cavador, que planta as batatas na terra, não se mete nestas embrulhadas. Tem vergonha, é honesto e humilde, é sobretudo sério. Os jornais não gastam tinta acerca destes pobres trabalhadores, mas sim com os de gravata engomada.

Para finalizar, embora tivesse muito mais assuntos a desenvolver, este pobre e actualmente pequeno País que é Portugal, a continuar como actualmente não vai muito longe. Mas enfim.

Para além do que escrevi saibam os senhores leitores que neste mês de junho, no dia 1 de 1890 faleceu o escritor Camilo Castelo Branco; no dia 13 de 1888 nasceu o escritor Fernando Pessoa; no dia 18 de 2010 faleceu o escritor José Saramago (Prémio Nobel da Literatura).

Este pequeno rectângulo à beira mar plantado que, como dizem é um jardim, a continuar como tem sido, parece- me bem que NÃO ESTÁ CERTO.