Todos sabemos que a língua portuguesa é muito rica...

Geringonça foi a palavra escolhida por Paulo Portas para denegrir o apoio parlamentar do PCP e BE para a formação e sustentação do actual governo. É conhecido o génio de PP para a intriga, principalmente a política. Pena que não queira ligar os factos e as figuras, tal como os cria, à pessoa do seu inspirador. E para mim, o seu grande inspirador quase sempre é a sua figura retratada no espelho, quando a ele se vê. Só que aí não tem a virtude de o reconhecer.

O actual governo tem-se mostrado maior geringonça do que aquele de que fez parte com Passos Coelho? Só os cegos dirão que sim, mas contrariamente o demonstra os revogáveis e irrevogáveis, as linhas amarelas e vermelhas... Aliás, estas palavras, revogável e irrevogável, no aspecto e no acto em que foram ditas e usadas, poderão levar-nos até uma palavra também actualmente muito em uso: corrupção. Não houve corrupção política no caso da demissão irrevogável? Não foi PP corrupto e PC corruptor ao nomeá-lo vice-primeiro ministro para que ele alterasse a demissão irrevogável para revogável? Na minha opinião, sim.

Neste momento ainda me vêm ao pensamento outras palavras que se poderão adequar aos tempos que corremos: troca-tintas, aldrabão e trapalhão. Troca-tintas diz-se de quem é pouco sério ou tem pouco crédito. Aldrabão, o que executa mal (obra ou serviço). Trapalhão, o que se confunde ou atrapalha tudo. Se formos analisar casos como a TSU, bancos, CGD, submarinos, universidade moderna, esquecimento de falta de pagamentos à segurança social e de vencimentos ou outras contrapartidas recebidas de várias entidades, onde poderemos aplicar aquelas palavras?

Preocupem-se com o bem do povo e não com o vosso ou dos vossos partidos. Preocupem-se em não enganar os votantes. Sejam sérios e tenham vergonha...