O avanço da Zona Industrial de Troia está travado, devido a um parecer desfavorável, por parte do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em relação ao corte das árvores, sobreiros e azinheiras que são espécies protegidas.
Segundo o relatório, apresentado à Câmara Municipal de Alvaiázere (CMA), “os impactos criados com o corte daquelas árvores não são passíveis de serem compensados”, mas a presidente da CMA, Célia Marques, garante que o Município já se encontra a preparar o contraditório e vão solicitar nova análise, apresentando novos elementos, nomeadamente um estudo da zona Rede Natura do Concelho todo. “No nosso entendimento, a leitura e análise que o ICNF faz não pode ser válida, uma vez que estamos a falar de um impacto de 0.018% em relação à Rede Natura do Concelho”, acrescentou a autarca.
Paralelamente a todo este processo, o Município deliberou uma nova mancha para zona industrial. A autarca esclareceu que devido à existência de duas empresas, em concreto, que têm candidaturas aprovadas e que têm prazos para iniciar a obra, foi necessário discutir e apresentar esta problemática à Comissão de Coordenação, “para não perdermos estas duas empresas que corriam o risco de sair do Concelho”.
Assim, ficou acordado com a Comissão de Coordenação que o Município irá desenvolver uma nova zona industrial que não colida com Rede Natura 2000, nem com nenhum dos planos sectoriais de proteção – reserva agrícola ou ecológica.
A nova zona industrial, que irá nascer no Rego da Murta, não estava prevista em Plano Diretor Municipal (PDM), pelo que no dia 20 de fevereiro se procedeu à suspensão do PDM, em reunião de Câmara, naquela área e à definição de medidas preventivas para se poder avançar com o projeto.
A presidente do Município rematou, dizendo que há urgência em avançar com todo este processo, pois “num Concelho como o nosso, quaisquer postos de trabalho têm um reflexo muito grande na dinâmica da terra e, por exemplo, uma das empresas prevê a criação de 40 postos de trabalho. Temos que criar meios para que as empresas fiquem em Alvaiázere”.
A suspensão do PDM será apresentada à Assembleia Municipal, dia 28 de fevereiro, para seguidamente se dar início a todo o processo de licenciamento e projetos.