Vários Gabinetes de Inserção Profissional (GIP), afectos ao Serviço de Emprego de Figueró dos Vinhos, irão encerrar até 31 de dezembro deste ano. É o caso de Alvaiázere e Castanheira de Pêra, Ansião passa a meio tempo e Pedrogão Grande mantém-se a meio tempo.
O jornal “O Alvaiazerense” conversou com Bruno de Sousa, presidente da ADECA, que considera esta decisão “bastante frustante. Tentámos por todos os meios que dispomos contrariar esta decisão, tomada a nível central pelo IEFP, mas até ver sem sucesso”.
Numa primeira fase, a ADECA entrou em contacto com o diretor do Serviço de Emprego de Figueiró dos Vinhos e foi subindo hierarquicamente. Considerado um assunto de “superior interesse para o Concelho”, o jornal pediu ainda esclarecimentos à presidente da Câmara Municipal, Célia Marques, que referiu a solicitação de uma audiência com o Conselho Diretivo do IEFP, no dia 25 de outubro e a qual reiterou no dia 8 de novembro. “Até ao momento não houve resposta”, afirmou Célia Marques.
Esta parceria de colaboração entre a ADECA e o IEFP tinha dez anos e foi quebrada sem qualquer aviso. “Tomámos conhecimento que não podíamos concorrer pelo aviso de concurso quando constatámos que o concelho de Alvaiázere não era elegível”, afirmou Bruno de Sousa. A presidente do Município refere que as razões apontadas pela diretora do Centro de Emprego de Leiria para este encerramento se prendem com o “reduzido número de desempregados do Concelho, associado ao facto de deixar de ser obrigatória a presentação semanal periódica do desempregado no GIP”.
ADECA e Município contestam esta decisão, considerando “este serviço uma mais valia para a população alvaiazerense que está desempregada, facilitando-lhes o acesso a ofertas de emprego e resolvendo praticamente todas as questões burocráticas com o IEFP, o que com a falta deste gabinete implicará frequentes deslocações dos nossos desempregados a Figueiró dos Vinhos”.
É esta deslocação dos desempregados que Bruno de Sousa considera como o maior problema, afinal há uma ausência de rede de transportes públicos e que no caso dos desempregados sem transporte próprio terão que recorrer ao táxi. “Coisas tão simples como pedir uma declaração de isenção de taxas moderadoras passa a ser apenas possível em Figueiró ou quinzenalmente, aquando do atendimento do técnico”, referiu Bruno de Sousa.
Apesar do encerramento do GIP, a ADECA já se disponibilizou, junto do IEFP, a ceder as suas instalações para que o atendimento quinzenal do técnico de Figueiró dos Vinhos continue a ser efetuado. A presidente do Município garante que “este serviço quinzenal se manterá, com meio-dia por semana, e que, caso esse período não seja suficiente, existe disponibilidade para ser alargado”.
O presidente da ADECA rematou a conversa dizendo que não há falta de emprego em Alvaiázere. “Não vou dizer que há muitas ofertas disponíveis, mas a verdade é que este número tem vindo a aumentar. Neste momento temos oito ofertas de emprego disponíveis para o Concelho: duas vagas para trabalhadores não qualificados da indústria transformadora; uma vaga para trabalhador não qualificado da floresta; uma vaga para vendedor ambulante de produtos alimentares; uma vaga para eletricista de construções e similares; uma vaga para motorista de veículos pesados de mercadorias; uma vaga de soldador e uma vaga para técnico administrativo de contabilidade”, referiu. Além destas oportunidades de trabalho, Bruno de Sousa referiu que o Concelho tem muita dificuldade em encontrar “motosserristas, condutores de máquinas, carpinteiros, pedreiros, cozinheiras e armadores de ferro”.