O parecer desfavorável do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em relação às obras de beneficiação e ampliação da zona industrial de Troia, fizeram com que o Município de Alvaiázere pensasse numa alternativa. Assim, vai nascer em S. Pedro, freguesia de Pussos S. Pedro, uma nova zona industrial, que representa um investimento de aproximadamente 1,7 milhões de euros. “Neste momento estamos a dar continuidade a todos os tramites necessários à constituição da zona industrial. À partida, e correndo tudo como estamos a perspetivar, no final deste mês de junho teremos todo o processo concluído e estaremos em condições de dar início às obras”, revelou Célia Marques, presidente da Câmara Municipal, ao Alvaiazerense.
A área de intervenção desta nova zona será de “aproximadamente 13,5 hectares e terá capacidade para 48 lotes”. O conceito desta zona industrial também será diferente das que já existem em Alvaiázere. A presidente adiantou que o “que esteve na base deste projeto foi criar uma zona industrial com uma configuração diferente e que permita o escalonamento de acordo com as necessidades dos empreendedores que venham para Alvaiázere”.
Dito por outras palavras, se houver um empreendedor que necessite de um lote mais pequeno, ele terá essa dimensão. Por outro lado, se existir um empreendedor que queira um lote maior pode associar vários lotes e, ao invés de adquirir um adquire três ou quatro e tem a possibilidade de ter um único lote maior. Com os “terrenos já todos adquiridos”, será submetida uma candidatura ao fundo comunitário, até “final de junho”, prevendo- se assim que as obras iniciem depois disso.
Em relação a empresas interessadas em instalarem-se em S. Pedro, a presidente adiantou “Temos muitos lotes já com declaração de interesse. Têm surgido novas empresas, desde que iniciámos este processo”. A autarca referiu que tem celeridade neste processo, pois “existem duas empresas (uma na área da metalúrgica e outra da transformação florestal, da economia verde) que têm candidaturas ao quadro comunitário e por isso têm interesse em que o processo de aquisição do lote seja rápido”.
A intenção do Município é, assim que terminar o processo de registo do loteamento, iniciar o processo de cedência dos lotes, de modo a não perder o interesse das empresas, dando assim resposta às suas necessidades.
Zona Industrial de Troia “é um projeto que é viável e tem condições para ser executado”
Com este novo projeto de zona industrial em S. Pedro, a de Troia ficará para segundo plano, mas não ficará esquecida. “Estamos a trabalhar na contra resposta em relação ao parecer desfavorável emitido pelo ICNF”, refere a autarca, adiantando que estão a fazer um projeto de análise do ecossistema, ao invés de fazer uma análise do parecer negativo e, simplesmente, contrapor. “Optámos por fazer um estudo, com uma equipa específica, que está ligada ao meio científico para desenvolver uma análise a todo o processo e, nessa análise, criar mecanismos de compensação pela intervenção em Troia”.
Célia Marques acredita que a zona industrial de Troia ainda é um “projeto que é viável e que tem condições para ser executado”. Mostrando-se consciente de que será um processo que poderá levar um ou dois anos, está convicta que “se dermos condições ao ICNF para verificar que não estamos a prejudicar aquele ecossistema, ele dará parecer favorável”.