PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO
DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO
DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

Secretária de Estado, Ana Sofia Antunes na inauguração do CAO e Lar Residencial

30 de Setembro de 2022

O passado dia oito de setembro ficou marcado na história da Associação da Casa do Povo de Alvaiázere, (ACPA) pela oficialização da abertura do seu Centro de Atividades e Ocupacionais (CAO) e Lar Residencial, a laborar desde o dia dois de fevereiro de 2020.

A placa inaugural foi descerrada pela Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, acompanhada pelo Diretor da Segurança Social, João Paulo Pedrosa e pela Presidente da Associação, Sandra Paula Simões, na presença dos utentes, entidades locais, associados e colaboradores.

Após uma visita às instalações, por todos os presentes, abriu a sessão solene o Presidente da Assembleia Geral, Vítor Sousa, que realçou as dificuldades da angariação dos recursos necessários para a construção do edifício, uma vez que este foi iniciado sem as verbas da candidatura terem sido disponibilizadas; a este propósito deixou um agradecimento a todos os que contribuíram para a sua concretização. Concluiu com “um merecido agradecimento a toda a direção”, apelando para que esta continue com a mesma persistência, resiliência, trabalho e dedicação, solicitando uma salva de palmas para a sua Presidente, Sandra Simões.

A Presidente da Direção usou de seguida da palavra, referindo que a obra é o resultado de um projeto total de cerca de 2 milhões de €, tendo contado com uma comparticipação do PIDDAC, de 1 milhão de € (para a obra, mobiliário e informática).

Salientou ainda a preciosa oferta de todas as loiças, atoalhados, utensílios de cozinha, talheres, roupa de cama, assim como de bens alimentares, no valor de centenas de milhares de euros e que permitiu iniciar a atividade, antes dos acordos que só vieram a ser celebrados em meados de julho e setembro, e com muitas dificuldades agravadas pela pandemia. Agradeceu e congratulou-se por terem conseguido superar o desafio, “Felizmente a associação sobreviveu e floresceu nos sorrisos dos seus utentes, mas isso deve-se, em grande medida, a quem deixou à porta da instituição fruta, pão, hortaliças, entre outros bens alimentares. Para esses, pela responsabilidade e consciência de que se tivermos intenção de ajudar fazemos as coisas acontecerem, deixo o nosso reconhecido agradecimento”.

E referenciou ainda a importância do apoio durante aqueles meses de maiores dificuldades da “Câmara Municipal, que suportou dois meses de custos fixos da Instituição e da empresa ODRAUDE, que para além de paciente no que se refere aos pagamentos tardios da associação, aceitou um plano de pagamentos a longo prazo (a 30 anos, sublinhe-se). Esta empresa está, de alguma forma e pela sua generosidade desinteressada, a financiar o funcionamento da associação. A ambas as entidades expressamos o reconhecimento público e enorme gratidão que lhes é merecido”:

Desde 2020, o CAO apoia 30 utentes e o Lar Residencial 24 e emprega cerca de 35 colaboradores. Apesar da situação financeira da Associação, todos estão conscientes do muito a fazer na área da deficiência e da inclusão, pelo que sonham avançar com a criação de uma Residência Autónoma, estando a negociar um terreno junto ao CAO para poderem apresentar um projeto a financiamento. E a Presidente da Direção justifica, “Este projeto é uma necessidade real porque temos jovens adultos institucionalizados com capacidade para viver autonomamente”. Outro projeto apresentado foi o Centro de Formação na área da Deficiência, sendo que para o efeito já “foram submetidas duas candidaturas para obter financiamento (em processos de uma burocracia extrema), ambas indeferidas”. A primeira candidatura foi indeferida por falta de experiência, o que levou a associação a avançar com formações para desempregados. O segundo indeferimento foi justificado pela facto da associação não ser "reconhecida como entidade especificamente vocacionada para a área da deficiência e com experiência comprovada ao nível da Reabilitação profissional".

A Presidente da Direção informou da decisão de apresentar recurso deste indeferimento, que considera “desajustado”. Assim solicitou a intercessão da Secretária de Estado e do Diretor da Segurança Social para os ajudarem neste processo. “Há em Alvaiázere e nos concelhos limítrofes cidadãos portugueses que não se enquadram noutro tipo de resposta social e o processo burocrático, associado a desconhecimento da nossa realidade pelas entidades competentes, impedem-nos de atuar e de sermos parte da solução para alguns problemas desses cidadãos”.

E explicou o que representa vencer estes grandes desafios, “Apesar de todas as dificuldades enumeradas confesso-me orgulhosa, em nome dos elementos de todos os órgãos sociais, do percurso desta associação e daquilo que alcançou. O nosso trabalho tem sido reconhecido no exterior (sendo disso exemplo o projeto que estamos a terminar - BPI capacitar), mas acima de tudo, ganha sentido acrescido no sorriso de todos aqueles que dão sentido à entidade: os seus utentes e os trabalhadores que diariamente os acompanham. O sorriso e a construção de memórias felizes é a melhor e mais preciosa compensação que podemos receber”.

Agradeceu a presença de todos e apelou determinação para continuar a manter vivo o lema "Com o coração fazemos a diferença".

Em resposta ao solicitado o Diretor da Segurança Social lançou o repto para a Associação organizar com celeridade os melhores projetos, embora possa não ser garantido, é fundamental estarem preparados para as oportunidades e desafios. Solicitou a todos o apoio incondicional a esta instituição solidária que contribui para a qualidade de vida dos utentes e suas famílias, com respostas excecionais desde as instalações até ao pessoal.

Por seu turno a Secretária de Estado confirma que existem verbas para investir em projetos de inclusão, podendo ser uma boa oportunidade de alargar as respostas sociais da instituição, pelo que incitou os seus responsáveis a serem rápidos na aquisição dos terrenos em falta que permitam a apresentação de um projeto a financiamento. Reconheceu que tem sido feito um esforço, de criar apoios e incentivos às comunidades locais e regionais, que lhes permitam dar respostas sociais adicionais e inovadoras, de apoiar “ideias fora da caixa” e de analisar e simplificar processos, respondendo da melhor forma aos desafios, de forma a permitir que estes cidadãos tenham uma vida cada vez mais incluída. Reconheceu e agradeceu toda a dedicação a estes cidadãos, e o dinamismo demonstrado na manutenção dos serviços, apesar das grandes dificuldades.

A Vereadora, Ana Faria, em nome do executivo municipal, agradeceu a todos os que trabalham nas diversas valências, “dedicadas a franjas mais sensíveis da população nestes tempos que já têm sido difíceis e são cada vez mais desafiantes”.

Sublinhou ainda o relevante papel desta entidade para a empregabilidade concelhia e “a sua meritória capacidade de crescimento institucional”.

E assumiu a continuidade de apoio, “ Por estes e outros motivos, a Câmara Municipal de Alvaiázere vê este projeto como um pilar no crescimento e desenvolvimento territorial e é com todo o gosto que assim continuaremos a apoiar o vosso contínuo crescimento”.

No final da sessão solene todos os presentes partilharam iguarias e doces regionais, assim como o bolo inaugural oferecido por um familiar de um utente.