Outubro foi marcado, acima de tudo, por dois acontecimentos relevantes: um no panorama externo, preconizado por um movimento terrorista – o Hamas – que, no dia sete, invadiu um festival de música em Israel e matou indiscriminadamente crianças, jovens, adultos e idosos, levando mais de duas centenas de reféns cuja maioria ainda detém em seu poder; outro de cariz interno, consubstanciado pela apresentação do Orçamento de Estado (OE) para o ano de 2024.

Acilio Godinho
Setembro ainda é, por tradição, o mês que marca a transição das férias para um novo ano de acção e de trabalho para a maioria das pessoas, pese embora não devamos ignorar aquelas muitas que, para sobreviver, nem férias se permitem ter, aproveitando esse tempo extra para adicionar mais uns euros aos seus escassos proventos.
Agosto é, tradicionalmente, o mês de fuga à canícula e de ir a banhos o que pressuporia uma certa calma e tranquilidade para usufruir uma merecida pausa recuperadora do ânimo e das forças consumidas para de novo as voltarmos a investir na labuta do dia a dia. Acontece, porém e cada vez mais, que, por via das alterações ambientais, o clima está cada vez mais instável e difícil para a humanidade desfrutar de uma boa e tranquila qualidade de vida, como se vem verificando ultimamente.
O país acordou sobressaltado na madrugada da segunda quarta-feira do mês passado, quando as TVs noticiaram que Rui Rio, anterior Presidente Social-democrata, estava a ser alvo de buscas judiciárias no seu domicílio, o mesmo sucedendo na sede do seu partido, o PSD, alegadamente por utilização indevida de verbas públicas atribuídas para apoio da actividade parlamentar durante a sua presidência partidária.
Acabamos de entrar no verão, mais um, que promete ser bem quente e seco com todos os inconvenientes e desconfortos daí resultantes, sobretudo para quem trabalha e labuta ao ar livre e ainda sem podermos contar, em pleno, com o contributo da inteligência artificial (IA).
Já lá vão quarenta e nove anos de democracia, iniciados na madrugada de 25 de Abril de 1974, quando um punhado de jovens soldados, capitaneados por Salgueiro Maia, saiu da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e rumou a Lisboa, acantonando-se na Praça do Comércio que à época simbolizava o centro do poder, partindo mais tarde para o Largo do Carmo, onde o então Primeiro Ministro, Marcelo Caetano, encontrara refúgio, vindo depois a render-se aos revolucionários.
Calma, não se assustem com o título pois está tudo tranquilo pelas margens do Mondego, esse simpático e pachorrento rio que nasce na serra da Estrela, atravessa Coímbra e desagua na Figueira da Foz, em tempos idos também baptizado pelos estudantes de “Basófias”.
No passado mês de Fevereiro, o país acordou sobressaltado com o anúncio do Governo de mais de uma dúzia de medidas destinadas a revitalizar o parque habitacional, sinteticamente designado por “Mais Habitação”, com vista a aumentar a oferta de imóveis para esse fim, mormente nos centros urbanos.
Há uns anos atrás, como alguns estarão lembrados, correu na televisão uma rábula humorística acerca de um infortunado náufrago, arrastado para uma ilha deserta, que passava os dias a desafiar a imaginação para sobreviver e a perscrutar o horizonte na ânsia de avistar um barco que o levasse de volta ao seu amado país, Portugal.