Editorial

Nesta edição do nosso jornal apresentamos a reportagem da inauguração do Centro de Atividades e Ocupacionais, (CAO) e Lar Residencial da Associação da Casa do Povo de Alvaiázere.

Foi um dia extremamente gratificante por poder conhecer mais de perto a realidade desta instituição e a importância que colocam na incessante procura de meios de inclusão dos seus utentes na sociedade.

A visita às instalações e a partilha com os utentes de atividades diversas, demonstrou bem o trabalho desenvolvido na defesa do bem estar e do respeito pelos direitos destes. Assim, como da consciencialização dos benefícios da inclusão das pessoas com deficiência nas diversas vertentes da vida e da sua participação na sociedade a nível social, económico, político e cultural, num completo exercício dos direitos humanos.

Neste âmbito foi a partir de meados do século XX, 1948, com a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que o mundo despertou para a necessidade de promover com dignidade e igualdade esses direitos a todos, através da inclusão social. Mas é na década de 1990 que, internacionalmente, são elaborados documentos que integram a noção de inclusão atual, em que a deficiência não deve ser analisada como um problema individual mas como um problema social, que a todos diz respeito, pelo que a sociedade deve-lhes criar instrumentos de inclusão integral. Nesse sentido foram concebidos regulamentos para a inclusão no mundo do trabalho de pessoas com deficiência, assim como para proporcionar o seu acesso, sem barreiras, aos serviços e espaços da sociedade.

No entanto lamentavelmente muito ainda está por fazer nesta área, já que as pessoas com obstruções de natureza diversa, mental, intelectual, sensorial e física continuam a ser marginalizadas e discriminadas socialmente, apesar de existirem medidas legislativas e jurídicas no sentido de anular a exclusão social e de modificar os ambientes sociais para resolver as suas carências.

A Associação da Casa do Povo está de parabéns e merece o respeito, carinho e ajuda de todos os alvaiazerenses, pela forma como está a contribuir para uma sociedade mais inclusiva, com qualidade e amor.

Mas não nos podemos esquecer que uma sociedade inclusiva tem de proteger todas as pessoas sem excepção, quer tenham deficiência ou não.