PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

25 anos depois a paróquia de Santo Estevão recebe em festa o Padre Albino Brás

Padre Albino celebrou Bodas de Prata Sacerdotais

A celebrar este ano as bodas de prata de ordenação sacerdotal, o padre Albino Brás, missionário da Consolata, fez questão de voltar à paróquia onde há 25 anos (20 de outubro de 1996) foi ordenado sacerdote. Um feito inédito naquela comunidade. A Paróquia de Pussos preparou-lhe agora uma festa que incluiu uma Missa de ação de graças a que se seguiu um almoço no Centro Cultural. O sacerdote faz um balanço do seu percurso, “25 anos depois, só tenho a agradecer por esta caminhada de vida, de fé e de missão.

O passado dia 31 de outubro foi um dia diferente para a Paróquia de Pussos. “Para mim era importante aproveitar a oportunidade do 25º aniversário da minha ordenação para animar missionariamente a paróquia e a comunidade onde me batizei e onde fui ordenado padre. Não é tanto por mim! Voltar a reunir aqui tantos que partilharam comigo aquela belíssima celebração de há 25 anos, é um grande motivo para fazer festa”, confessou, com alguma emoção, o Padre Albino Lourenço Brás.

O padre Albino Brás nasceu a 15 de agosto de 1965 no concelho de Alvaiázere, no lugar da Loureira da freguesia de Pussos e entrou para o Seminário dos Missionários da Consolata em Fátima, em 1979. Licenciouse em Teologia em Madrid, seguindo-se um estágio pastoral de dois anos em São Paulo; voltou a Madrid onde defendeu com nota máxima a sua tese de mestrado na área da Moral, Ética e Bioética, a qual mais tarde deu origem a um livro. Foi ordenado sacerdote em Pussos, a 20 de outubro de 1996, por João Alves, então bispo de Coimbra.

Esteve em missão no Brasil, nas favelas do Rio de Janeiro, entre maio de 1997 e janeiro de 2005, num trabalho pastoral bastante desafiador, empenhado em realidades humanas e sociais difíceis. De volta a Portugal, entre 2005 e 2012 o padre Albino esteve ligado à animação missionária, foi diretor do Secretariado para a Missão, do Curso de Missiologia e acompanhou grupos de jovens a partir de Fátima.

Esteve depois quatro anos em missão na Amadora, no Bairro do Zambujal, um bairro periférico na área metropolitana de Lisboa, habitado maioritariamente por duas etnias; africanos e ciganos.

Em 2016, assumiu o cargo de diretor da revista ‘Fátima Missionária’ e a coordenação dos media digitais da Consolata em Portugal. Recentemente deixou a direção da revista, mas continua como seu colaborador.

Atualmente está na comunidade dos Missionários da Consolata nos Olivais, em Lisboa, onde lhe foi confiado o cargo de superior da comunidade. Aquela é a casa de referência da Consolata em Portugal. É o coordenador das ESPERE – Escolas de Perdão e Reconciliação em Portugal, promovendo e realizando cursos que ajudam as pessoas a fazerem processos de perdão e reconciliação nas suas vidas. Faz parte ainda do movimento internacional SAPERE – Sacerdotes pelo Perdão e a Reconciliação.

No passado 31 de outubro celebrou na Igreja Paroquial de Pussos as suas bodas de prata sacerdotais. Foi acompanhado pelo pároco desta Igreja, Jacinto Gonçalves e mais alguns colegas vindos de Lisboa e de Fátima. A celebração foi abrilhantada pelo excelente coro da Paróquia e, na homilia, o Padre Albino evidenciou uma personalidade forte, mas temperada com ternura e bom humor, ao transmitir a sua caminhada de fé e de missão nestes 25 anos.

Apesar da pandemia muitos foram os amigos que o quiseram acompanhar, assim como a família e as forças vivas da freguesia, o Presidente da Junta de Freguesia, Paulo Sá, assim como os outros elementos do executivo da freguesia, marcando também presença o Presidente da Direção do Centro Cultural de Pussos, Arménio Simões.

Após a celebração, marcada pela simplicidade, mas de grande significado, seguiu-se um almoço convívio no Centro Cultural de Pussos onde o Padre Albino se aproximou de todos os paroquianos de igual para igual, com simplicidade, humildade e carinho, cumprimentando todos.

Um acontecimento que marcou todos os paroquianos que se deixaram envolver pelas bênçãos recebidas, fé fortalecida, esperança renovada e alegria contaminadora.

Na revista ‘Fátima Missionária’ de outubro 2021 foram publicados alguns trechos de uma entrevista ao Padre Albino, onde uma das questões era “que balanço faz dos seus 25 anos de ordenação sacerdotal?”; com a devida autorização publicamos o que ele respondeu: “Olhando o retrovisor desta caminhada de 25 anos de sacerdócio, tenho a dizer que passou muito rápido e que muitas das convicções, mas também das inquietações e algumas dúvidas que tinha no início, continuam, ainda que com outras roupagens, com outras formas de se manifestarem. Faz parte do fluir histórico. O ‘sim’ inicial preciso recriá-lo todos os dias. E ainda continuo a perguntar-me: ‘O que é ser missionário? O que é evangelizar, hoje?’ Nestes últimos 25 anos a perspetiva do que é missão mudou muito. Agora é menos geográfica e mais coração a coração. Deixou de ser apenas presencial, passou a ser também digital. É uma missão não apenas de projetos, mas sobretudo de causas: de justiça e paz, refugiados, tráfico humano, defesa e promoção dos direitos humanos, de alentar no mundo uma nova esperança. No aqui e no agora da minha história procuro encontrar-me nestas novas dinâmicas e procurar cultivar os mesmos sentimentos de Cristo, configurar-me a Ele.

Jesus continua vivo e deve ser anunciado. Sinto que mais de 2 mil anos depois, a proposta e a mensagem de Jesus continuam a fazer todo o sentido, a apaixonar gerações. E eu também me apaixonei, e com o sentimento de que Deus acolhe e perdoa as minhas fragilidades. Porque sou humano, sou imperfeito. Mas vivo nesta tensão de procurar divinizar o humano.

Neste ano jubilar, peço o auxílio da Mãe Consolata e do beato José Allamano, fundador dos Missionários da Consolata, que dizia que a missão deve estar na cabeça, na boca e no coração. A minha força é a oração. O resto vem por acréscimo. Com Edith Stein também eu digo, hoje: “Não sei para onde Deus me leva, mas sei que Ele me conduz”. E por isso digo: tudo é graça, tudo é dom.”

Sobre o estilo de vida do Missionário revelamos a opinião de um colega confrade, “O que mais admiro no estilo de vida dele é que ele é uma pessoa muito ordenada, gosta das coisas bem feitas, tem uma capacidade intelectual admirável que foi muito percetível quando foi diretor da nossa revista Fátima Missionária. Na varanda do quarto dele vemos sempre lindas plantas, sempre floridas.”

Desejamos-lhe que continue a sua caminhada de vivência com humanismo por longos anos, com alegria renovada na fé e no amor.

Teodora Cardo