A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere comemorou o seu 73º aniversário a 10 de março, numa cerimónia que ficou marcada pela promoção de alguns bombeiros e a bênção de duas novas viaturas. Mas, apesar da corporação ter agora mais duas viaturas ao seu serviço, continuam a faltar veículos, nomeadamente de socorro e saúde.
“Hoje contamos neste quartel com mais duas viaturas, uma viatura de combate a incêndios urbanos e um veículo auto-tanque com 20 mil litros de capacidade”, revelou o comandante da corporação dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere, Vítor Joaquim, acrescentando que “no entanto, este corpo de bombeiros ainda continua com necessidade de melhoria no que diz respeito a viaturas de socorro e de saúde, nomeadamente ambulâncias, uma vez que o parque existente está a ficar sem condições dignas para prestar socorro”.
Consciente das carências dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere, o presidente da Câmara de Alvaiázere e da direção dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere, Paulo Morgado, garantiu que “enquanto presidente de Câmara tudo farei para reequipar os nossos bombeiros, sobretudo com equipamento de hardware, equipamentos de proteção individual, equipamentos para a sala de comunicações e para a sala de comandos, que muito nos serão necessários”.
“É fundamental que no POVT se angarie uma serie de recursos para esta causa”, considerou o autarca, que está empenhado em “tão breve quanto possível, ver aberta a candidatura para a realização de obras de melhoria deste quartel”. Além disso, a direção está igualmente a preparar-se “para dentro das nossas possibilidades fazer, entre 2013 e 2014, um forte investimento no parque de viaturas de saúde e socorro” e posteriormente também no parque de veículos florestais. “Temos muita vontade de chegar às nossas bodas de diamante com um princípio de forte, forte investimento”, revelou Paulo Tito Morgado, que para isso conta “obviamente com o apoio das instâncias que nos tutelam e provavelmente com o apoio do POVT”.
“Já tomei apontamento e vou continuar a tomar para fazer chegar ao presidente Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria as preocupações dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere”, revelou o representante da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria e da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rodrigues Marques, acrescentando que a Federação reconhece a necessidade da formação, por isso “estamos no terreno a fazer parcerias com associações e escolas no sentido de conseguirmos que a formação não custe dinheiro às associações”. Nesse sentido, a Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria já fez protocolo com a Associação dos Industriais do Concelho de Pombal e com a ETP Sicó para darem aos bombeiros formação de ambiente e de higiene e segurança no trabalho. Além disso, a Federação fez ainda protocolos para fazer cursos de condução defensiva e neste momento estão em negociação para conseguir formação de liderança para chefias. “Portanto, a Federação está empenhada em conseguir formação a custo zero” para “todas as áreas”.
“Hoje, como no passado, os bombeiros vêem-se com algumas dificuldades, porque muitas vezes não são apoiados como deviam pelos organismos responsáveis por essa competência”, lamentou o comandante da corporação de Alvaiázere, que aproveitou a oportunidade para enaltecer o trabalho do Comandante Nacional de Operações e Socorro, José Manuel Moura, que “no final de 2011, enquanto Comandante Distrital de Operações e Socorro de Leiria, liderou um processo de reequipamento das corporações do distrito através do QREN, incentivando e apoiando para que esta oportunidade fosse agarrada”. Os Bombeiros de Alvaiázere apresentaram candidatura para um veículo urbano de combate a incêndios, financiado também em 15% pela direção dos Bombeiros, que chegou recentemente ao quartel para melhorar o socorro no concelho.
Mas este não foi o único presente que os Bombeiros Voluntários de Alvaiázere tiveram no seu aniversário. A corporação recebeu ainda um veículo de abastecimento com 20 mil litros de capacidade oferecido por Jorge Mendes Alves.
Mas a atual direção não está empenhada apenas em melhorar as condições físicas dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere, mas também em “organizar e reorganizar esta casa”. Neste sentido, a atual direção começou por rever os estatutos, que ainda datavam de 10 de janeiro de 1940. Além disso, deu continuidade aos projetos da antiga direção, nomeadamente a instalação de painéis fotovoltaicos e painéis solares térmicos e a aquisição de um Veículo Urbano de Combate a Incêndios.
Dando continuidade à organização e reorganização desta casa, a direção negociou algumas dívidas a fornecedores, legalizou as instalações do quartel assim como de outros bens e iniciou o processo de atualização das quotas dos associados, que já tinha perto de 70 mil euros em atraso. Além disso, também implementou “o sistema de contabilidade organizada segundo as normas contabilísticas do SNC, de forma a termos um sistema fiável que cumpra a lei, mas também para ter maior capacidade de gestão e maiores níveis de informação mais fidedigna”.
Ao longo do seu discurso, Vítor Joaquim enalteceu o trabalho de todos os bombeiros e bombeiras deste corpo ativo, que “apesar de voluntários são profissionais de ação” que “sempre souberam desempenhar a sua missão” ao serviço da população do concelho de Alvaiázere e de outros concelhos.
“A nossa atividade é vasta e bastante variada”, lembrou o comandante dos Bombeiros de Alvaiázere, revelando que “na prestação de socorro, só no ano de 2012, percorremos 240 089 quilómetros” e “dos 112 incêndios florestais, os que marcaram o concelho de Alvaiázere foram os ocorridos nas localidades de Charneca e Gamanhos, que consumiram 600 hectares da nossa floresta”.
“De facto, não foi fácil o que se passou aqui em Alvaiázere no ano de 2012”, defendeu o representante do Comando Distrital de Operações e Socorro de Leiria, Artur Granja, adiantando que “por muitas voltas que a vida dê a população sabe com quem é que pode contar, é connosco”.
O presidente da Assembleia-geral dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere, José Tiago Guerreiro, também elogiou o trabalho deste corpo ativo “na salvaguarda de pessoas e bens”, adiantando que “esta é uma associação que tem futuro pela dinâmica deste corpo de bombeiros e pela excelente sementeira de infantes e cadetes que são o garante e continuidade desta prestimosa corporação”.