O Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, elogiou as “boas contas” do município de Alvaiázere e enalteceu a ideia de criar uma estratégia de desenvolvimento local assente na aposta de um produto caraterístico do concelho, o chícharo. António Leitão Amaro falava na cerimónia de abertura do evento Alvaiázere Capital do Chícharo, que se realizou na tarde do passado dia 8 de junho, na Casa Municipal da Cultura, e contou com a presença do deputado da Assembleia da República Pedro Pimpão e do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Pedro Saraiva.
“Quando o país andou muito tempo com as contas no vermelho, aqui houve a capacidade para se manter sempre no verde, o que é merecedor de um grande elogio”, disse o Secretário de Estado da Administração Local, argumentando que “ter boas contas é importante para apostar no nosso território e nas nossas pessoas”.
“É muito importante ter uma autarquia com boas contas, porque é sinal que respeitam o dinheiro dos contribuintes, mas sobretudo porque esse dinheiro que não foi gasto em despesa corrente pode ser agora investido diretamente pela Câmara, promovendo condições de atração de empresários ou apoiando os empresários locais”, salientou o governante.
O presidente da Câmara de Alvaiázere, Paulo Tito Morgado, também enalteceu as “boas regras de gestão” da autarquia, adiantando que “todos os anos o Município de Alvaiázere consegue que as despesas correntes não ultrapassem as receitas”. “Em Alvaiázere a receita corrente anda à volta dos 5,5 milhões de euros e nunca a despesa corrente excedeu os quatro milhões de euros, ou seja, nós não só não ultrapassamos as receitas como também ficamos muito aquém, ano após ano, em valores na ordem dos 1,5 milhões de euros, que usamos sempre para investimentos em capital para benefícios das nossas populações”.
Paulo Tito Morgado referiu que a receita do Estado para o Município de Alvaiázere teve “uma redução na ordem dos 700 mil euros anuais” desde 2010, “mas nem isso inviabilizou investimentos na ordem dos 2,5 milhões de euros em máquinas e equipamentos, 3 milhões de euros em terrenos e edifícios e cerca de 18 milhões de euros em investimento que estamos a realizar um pouco por todo o concelho”, dos quais “cerca de 14 milhões de euros são oriundos de financiamentos comunitários, que têm-se mostrado fundamentais para o desenvolvimento deste município”.
“O município de Alvaiázere não precisou que ninguém lhe chamasse a atenção ou que fosse legislado para ter o cuidado de praticar boas regras de gestão”, sublinhou o autarca. “O Município de Alvaiázere reduziu 100% dos seus funcionários a termo certo e no caso concreto dos seus funcionários reduziu 9% em três anos”, ou seja, “conseguiu baixar de 1,9 milhões de euros com pessoal em 2009, para 1,8 em 2010, para 1,6 em 2011, para 1,5 em 2012 e certamente continuará a redução de despesas com pessoal em 2013”. Além disso, “o Gabinete de Apoio à Presidência tem uma despesa que ronda um quarto do que é a despesa máxima obrigatória ” e “todos os vereadores com funções executivas têm apenas e só metade do salário que a lei permite, embora exerçam a função a tempo inteiro, e não recebem um cêntimo que seja de ajudas de custo”.
O edil alvaiazerense garantiu ainda que “o município de Alvaiázere cumpriu e continua a cumprir escrupulosamente os limites de endividamento”, mesmo após a alteração à lei das finanças locais em 2011 que “veio penalizar todos os municípios como o de Alvaiázere que eram claramente cumpridores”.
Na sua intervenção, António Leitão Amaro reconheceu a importância da FAFIPA para a promoção dos produtos locais e regionais e elogiou a iniciativa de criar “uma estratégia de valor” assente na valorização dos produtos locais.
Para este governante, “o Interior não é um ermo onde nada acontece, não são só montes e pedras, são se calhar montes onde se podem pôr torres eólicas, cultivar várias coisas como o chícharo e onde se pode desenvolver indústrias”.
O Secretário de Estado da Administração Local lembrou ainda que “em Portugal, durante muitos anos pensou-se que se estendermos estradas pelo país fora, construirmos infraestruturas de água, de esgotos, de cultura, de desporto, etc., só por isso as pessoas fixam-se”. Mas “fizemos tudo isso, que foi muito importante, mas depois de fazer esse ciclo percebemos que isso não chega, isso é importante para as pessoas se fixarem mas não chega, é preciso que haja emprego, atividade económica e valor”, por isso “aquilo que estão a celebrar este fim-de-semana é aquilo onde devem apostar”.
“Eu quero elogiar esta parte de criar uma estratégia de valor, de apostar nos produtos locais”, porque é esse o caminho “para fazer desta terra um sítio bom para se viver, um sítio bom em vários aspetos”. Mas esse caminho deve ser feito “em cooperação com as terras à volta”, salientou António Leitão Amaro, argumentando que “todos os produtos locais são certamente pequenos se explorados só por um município, mas se explorarem todos estes produtos em conjunto, têm muito mais hipóteses que a estratégia corra bem”.
Alvaiázere já tem ligação direta à A13
A estrada que liga a vila de Alvaiázere à A13 já abriu ao trânsito na tarde o passado dia 8 de junho. O Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, e o presidente da Câmara de Alvaiázere, Paulo Tito Morgado, descerraram a placa alusiva à inauguração desta via.
Esta ligação significou um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros, “vem na sequência de um outro investimento muito importante para a região que é a A13” e “integrou, no tempo limite, a Subconcessão do Pinhal Interior Norte”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Alvaiázere aquando da inauguração daquela via.
Para Paulo Tito Morgado, o acesso da vila de Alvaiázere à A13, que liga Coimbra a Tomar, “é uma obra muito mais do que simbólica porque constitui-se como mais um importante passo para desencravar Alvaiázere, permite ligar a A13 à sede de concelho e encurtar muitas distâncias”.