PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

Assunção Cristas considerou agricultura um contributo “muito válido” para a economia

Aconselhou agricultores a agregarem-se em associações ou cooperativas

A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, considerou que a agricultura é um setor em crescimento, que vai ser um "contributo muito válido e muito apreciado na economia" e aconselhou os jovens agricultores a juntarem-se em associações ou cooperativas para usufruírem de maiores apoios. Esta revelação foi feita durante um jantar debate sobre "a agricultura e o desenvolvimento local e regional" e "o novo quadro de apoio comunitário", que se realizou no passado dia 12 de abril, no restaurante "O Marques", em Cabaços, freguesia de Pussos S. Pedro.

"Se há setor vivo, dinâmico e com crescimento, esse é o setor agrícola e florestal", referiu Assunção Cristas, adiantando que "em 2013 a nossa atividade agrícola cresceu 4,8% em volume" e os outros setores não registaram um "crescimento tão expressivo". Além disso, a governante salientou que na agricultura "a produtividade tem vindo a aumentar", o nível de exportação acompanha e supera o nível de exportação da economia portuguesa e "em cada empresa que fecha neste setor nascem 7,6 empresas". Por estes motivos, a ministra não tem dúvidas que "o contributo da agricultura vai ser um contributo muito válido e muito apreciado na economia".

"Temos um setor vivo, dinâmico, com futuro e com capacidade de atração de jovens", reiterou Assunção Cristas, acrescentando que "o setor da agricultura, sendo a base do setor alimentar, é sem dúvida um setor para crescer" e "os jovens estão a chegar em número muito relevante à agricultura".

Aos jovens agricultores, a ministra da Agricultura aconselhou a agregarem-se em associações ou cooperativas de agricultores, argumentando que "o programa de desenvolvimento rural traz seguramente fortes medidas de apoio ao investimento, vai ter apoios para os jovens agricultores, nomeadamente os agricultores que estejam agregados". "A melhor maneira de dar força à produção é estimular que ela se agregue, se junte em associações de agricultores e cooperativas", defendeu Assunção Cristas, acrescentando que "um jovem agricultor que se instale terá 30 mil euros de prémio à instalação e se estiver numa associação de agricultores terá mais 10 mil euros de apoio e pela primeira vez vai ter apoio na compra de terra e animais que pode ir até 20 mil euros".

A governante revelou ainda que o Governo tem feito "um esforço intenso para abrir mercados no setor agroalimentar", adiantando que "nestes últimos tempos abrimos mercados para 120 produtos diferentes em 55 países diferentes", contribuindo assim para o aumento de "oportunidades de negócio e crescimento para as nossas empresas".

"Neste momento estamos com uma execução dos fundos comunitários na agricultura sem precedentes e continuamos a aprovar candidaturas", realçou a ministra da Agricultura, acrescentando que "temos seis mil candidaturas em stock e elas estão a ser devidamente aprovadas já com dinheiro novo, beneficiando de 500 milhões de euros", o que permite "manter um nível intenso de investimentos".

"O nosso PRODER está executado em 81 %", pelo que Assunção Cristas considera que "este ano vamos atingir e porventura superar a nossa meta". "Este ano havemos de atingir os 92%, isto é dois ou três pontos percentuais acima da média da União Europeia". "Já apoiámos neste quadro cerca de nove mil jovens agricultores, com um investimento de mais de 1100 milhões de euros", relevou a governante, sublinhando que "estes jovens se tem fixado maioritariamente no interior, 62% dos investimentos dos jovens agricultores é no interior do nosso país".

Segundo a ministra, a agricultura é uma oportunidade mas "as florestas também são sem dúvida uma oportunidade". "O setor florestal já é um setor que contribui enormemente para a riqueza de Portugal, para o crescimento da economia, para o crescimento de emprego em Portugal, mas precisa de ter um impulso muito forte". Por esse motivo, o novo PRODER vai ter novas regras mas sobretudo para o setor florestal, "porque sentimos que não foi tão bem tratado no atual PRODER e precisa de impulsos novos, nomeadamente dando incentivos para que as pessoas cada vez mais façam uma gestão e uma exploração florestal correta para daí tirar maior valor".

"O próximo programa de desenvolvimento rural vai ter uma nota particular para a inovação", revelou Assunção Cristas, argumentando que "é da inovação que vem a competitividade e a capacidade de nos impormos no mercado interno e no mercado internacional". Neste sentido, o Governo está empenhado em "criar Centros de Competência em todo o país para podermos olhar para as necessidades específicas de cada setor, juntando aquilo que são as preocupações, as dúvidas, as necessidades dos agricultores e dos produtores florestais". Neste âmbito, já foi criado o primeiro Centro de Competência para o tomate e até ao fim do ano prevê-se criar Centros de Competência para as três principais fileiras florestais que é o pinheiro bravo, o eucalipto e o sobreiro, bem como para setores estratégicos da agricultura.

A ministra da Agricultura revelou ainda que o Governo está a trabalhar no sentido de "facilitar a vida aos pequenos produtores", bem como "ajudar os empresários e os jovens agricultores" a trazerem outras dinâmicas para as suas explorações, seja turismo ligado à natureza, à exploração agrícola, entre outros. "Não tenho dúvida nenhuma que o turismo ligado à agricultura, à exploração agrícola, à natureza e à parte animal é uma área de futuro para o nosso país", considerou a governante, adiantando que os turistas estrangeiros escolhem um destino de férias que tenha "um bom ambiente" e em Portugal "temos bom ambiente, rios, serras, florestas, caminhadas, percursos", pelo que "tudo isso se pode desenvolver e será sem dúvida um forte contributo para desenvolver o mundo rural".

"O concelho de Alvaiázere, a região de Sicó e todo o norte do distrito de Leiria têm potencial e esse potencial é o setor agropecuário e alimentar", considerou o presidente da concelhia do CDS-PP, Nelson Silva, adiantando que este jantar debate foi organizado porque "estão a ser implementados vários projetos agrícolas na nossa região, por isso é necessário esclarecer dúvidas e interessa saber em que áreas e setores podemos investir".

Além de Assunção Cristas, este jantar debate organizado pela concelhia de Alvaiázere do CDS-PP, contou igualmente com a participação do Secretáriogeral Nacional do CDS-PP, António Carlos Monteiro, o secretário Nacional Adjunto do CDS-PP, Filipe Nunes, e o deputado da Assembleia da República Manuel Isaac.

Carina Gonçalves