As bancas do Mercado Municipal de Alvaiázere voltaram a encher-se de artesanato e dos produtos endógenos da região para mais uma edição da Feira de Produtos da Terra, que se realizou no passado dia 22 de dezembro. Cerca de meia centena de artesãos e produtores locais voltaram a promover o que de melhor se produz no concelho. Num dia marcado com muito frio e chuva, os comerciantes queixaram-se da fraca afluência mas continuam a considerar “uma boa iniciativa”, pelo que garantem participar nas próximas edições.
Produtos hortícolas, azeite, vinho, enchidos, queijo, mel, licores, frutos secos, chícharo, ervas aromáticas, doçaria regional e artesanato foram alguns dos produtos endógenos da região que estiveram em destaque na quarta edição da Feira de Produtos da Terra. Cerca de meia centena de artesãos e produtores locais não quiseram perder mais uma oportunidade de promover e ao mesmo tempo escoar os seus produtos.
Contudo, a chuva e o frio que se fez sentir naquele dia impediu muitas pessoas de visitar a Feira de Produtos da Terra. A maioria dos comerciantes queixou-se da reduzida afluência, argumentando que a chuva e frio que se fez sentir, assim como a crise que o país atravessa condicionou uma participação mais elevada.
“A Feira não teve muita afluência, mas o tempo também não ajudou, teve muito frio e chuva”, referiu Sérgio Fernandes Matias, considerando que, apesar da fraca afluência, “foi positivo”. Para este comerciante de Almagreira, os certames como a Feira de Produtos da Terra são “uma oportunidade que se dá aos produtos tradicionais”, pois “estas iniciativas dinamizam o comércio local e permitem escoar os produtos tradicionais”. “Mas tenho um defeito a apontar, a divulgação não foi suficiente, estes eventos têm de ser mais divulgados nos meios de comunicação locais, nomeadamente na rádio e no jornal”, afirmou Sérgio Fernandes Matias, que pretende voltar a participar, “porque penso que com mais divulgação só podemos esperar mais afluência”.
Paula Marques e Sérgio Lucas, que participaram com uma banca de Fumeiros do Henrique, consideram que “estas iniciativas são uma mais-valia, mas existem tantas deste tipo neste fim-de-semana, que as pessoas acabam por se dispersar”. Talvez por essa razão, mas também pelo mau tempo e pela falta de dinheiro, a Feira de Produtos da Terra foi “muito fraquita”. Para Paula Marques e Sérgio Lucas, “devia existir mais animação, a atuação do grupo coral Alva Canto não chega, devia de existir mais qualquer coisa que atraísse as pessoas”.
Júlio Dias também partilha da mesma opinião. “A Feira não está a correr muito bem, não tem vindo muita gente”, revelou Júlio Dias, adiantando que “neste dia já há muitos eventos deste género noutros concelhos vizinhos, por isso as pessoas dispersam-se um bocadinho”. Para este comerciante, que participou pela primeira vez na Feira de Produtos da Terra com uma banca de vinhos, “estas iniciativas são boas”, mas “falta divulgar mais nos meios de comunicação locais”.
Já Sílvia Gonçalves, que participou com uma banca de artesanato, defende que a fraca afluência “não tem a ver com a divulgação”, argumentando que “falta as pessoas começarem a habituar-se a comprar os produtos locais, pois as pessoas ainda têm muito o hábito de fazer as compras nos grandes centros comerciais e são os turistas e as pessoas de fora do concelho que compram mais artesanato”. Mas, para esta comerciante, os próprios organizadores também têm de dar o exemplo, “não é só fazer os projetos, é fundamental aderirem a esses projetos”.
Para Fernanda Tiago, a Feira de Produtos da Terra “é uma boa iniciativa, porque é uma maneira de mostrarmos o que fazemos e produzimos”. Apesar desta edição ter registado pouca afluência e ter vendido pouco, esta comerciante não aponta defeitos à organização, pois considera que “a divulgação da feira foi razoável e a atuação do Alva Canto também veio animar o mercado e ajudar a atrair mais pessoas”.
Alberto Gonçalves queixou-se, igualmente, da fraca afluência, mas continua a elogiar a iniciativa. “A feira está muito fraquita, têm vindo muito poucas pessoas”, mas “a iniciativa é boa, nós só temos de nos congratular com a boa vontade da Câmara de Alvaiázere de promover estes eventos, porque é a única maneira de divulgar a nossa terra e os nossos produtos”. Contudo, Alberto Gonçalves criticou o facto desta feira “não ter sido divulgada no único órgão de comunicação social do concelho”.
“A Feira está a correr muito mal, tem vindo pouca gente e as que vêm não compram nada”, afirmou a artesã Cecília Furtado, adiantando que “os produtos alimentares ainda se vão vendendo, mas estas coisas de artesanato e trapologia não se vendem tão bem”.
João Silva não partilha da mesma opinião. “Nós temos vendido bem, como estamos a fazer a morcela, atraímos a atenção das pessoas, que param para ver e acabam por comprar alguma coisa”. “Devia haver mais animação para atrair as pessoas, porque as pessoas não vêm tanto se for apenas para uma feira”, afirmou João Silva, adiantando que “foi pena não haver um Rancho Folclórico, que era o suficiente para ser muito melhor”.
Para Daniela Pedro, a Feira de Produtos da Terra também correu bem e até superou as suas expetativas iniciais. “Está a correr muito bem”, revelou Daniela Pedro, adiantando que “estava com uma expetativa mais baixa”, pois “pensei que não vendesse tão bem e que não tivesse tanta gente”. Para esta comerciante, que participou com a banca “Ti Danica”, “estas iniciativas são boas, mas é pena serem poucas, pois são boas para divulgarmos o que fazemos e também para vendermos”.
António Miguel, que aproveitou a Feira de Produtos da Terra para fazer algumas compras, notou uma maior participação de feirantes nesta edição e considera que este certame “é bom e deve continuar, porque dá a conhecer o que se faz no nosso concelho, ajuda a escoar os produtos locais e traz movimento à vila”.
“É bom haverem de vez em quando feiras destas para dinamizar a atividade agrícola do nosso concelho”, afirmou Gonçalo Pereira, acrescentando que “devia ter ainda mais animação para atrair mais pessoas”.