No passado dia 30 de outubro a Sociedade Filarmónica de Santa Cecília iniciou a comemoração dos seus 99 anos de existência no concelho, abrilhantando musicalmente e vocalmente a Missa celebrada pelo Reverendo Padre Celestino Brás, em memória de todos os que já partiram e fizeram parte desta instituição. E neste contexto no final da Missa todos os presentes ficaram sensibilizados com a mensagem transmitida pela jovem executante, Ana Ferreira, “Os aniversários revelam-se momentos especiais para as pessoas, assim como para as associações, permitindo refletir sobre o seu início, fazer balanços e analisar a missão que as mesmas desempenham no seu território.
Devemos projetar o futuro, mas também recordar o passado e as pessoas que dela fizeram parte e contribuíram para o sucesso do presente.
Este ano, pela marca que deixou em muitos, desde órgãos sociais, músicos e inclusive pessoas que habitualmente ajudam na preparação deste evento, queremos homenagear a Professora Alzira Silva por toda a sua dedicação, trabalho em prol da nossa associação e carinho que sempre manifestou por todos Nós”. E demonstrando que continua viva nos corações de todos, foi recitada a oração de Santo Agostinho, que lhe foi dedicada. Da parte final, “Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho…Vocês que aí ficam, sigam em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi”. E deixou um agradecimento sentido, “Obrigado por tudo, Professora Alzira”, que arrancou uma grande ovação e também muitas lágrimas de saudade, que redobraram, com o “Toque de silêncio” executado pelo profissional corneteiro, Fábio Almeida. Um momento muito emotivo, que a todos tocou ou ouvir esta melodia inesquecível, num silêncio total.
Após a Missa decorreu a habitual romagem ao cemitério, em complemento desta jornada, em memória de todos os que dedicaram a sua vida ao serviço da Filarmónica, como referiu o presidente da direção, Manuel Francisco Silva, desde “os fundadores e tantos outros, homens e mulheres, músicos, maestros, membros dos órgãos sociais, ou simplesmente sócios ou não, muitas vezes em casa ou nos bastidores se deram a esta nobre causa: servir a Filarmónica.” Também foi dirigido um reconhecimento ao Rev. Padre Celestino, por ter presidido às celebrações.
Seguiu-se o habitual almoço de aniversário, muito participado, onde foram apresentadas as atividades a concretizar em 2023, pelo presidente da direção, “No ano do centenário que agora iniciamos, temos previstas algumas iniciativas, entre elas a realização de um concerto em cada uma das freguesias do concelho”. E salientou ainda estar prevista a gravação de um CD, um encontro de atuais e antigos músicos e o registo em livro das memórias da Filarmónica, pelo que deixou um apelo a todos, os que tiverem testemunhos escritos, fotográficos, orais ou outros que os partilhem.
Agradeceu à família Brás a cedência do acolhedor e renovado espaço, que há mais de 20 anos utilizam para as festas de aniversário, oferecendo simbolicamente à D, Filomena um ramo de flores. Um espaço que segundo este dirigente permitiu partilhar um agradável convívio, “com aqueles que são o rosto da Filarmónica: os executantes, os músicos como é comum serem tratados. São quase meia centena de jovens, quase todos, (alguns mesmo muito jovens…) que com entusiasmo, e abnegação se dedicam de alma e coração a esta causa”. E transmitiu-lhes o seu agradecimento, “Quero deixa-vos, queridos músicos uma palavra de muito apreço pelo vosso empenho, esforço, sentido de responsabilidade e entusiasmo. Um obrigado, muito sentido, por dispordes do vosso tempo a promover e divulgar esta arte, a música, a cultura e o nome de Alvaiázere. Mais do que o tempo, vocês dão-se! Nos ensaios, no estudo, no tempo de espera para que as coisas aconteçam, no esforço despendido nas procissões e arruadas, às vezes sob intenso calor! O nosso reconhecimento aos vossos familiares pela colaboração e incentivo. Bem hajam!
Esta palavra é obviamente extensiva ao maestro! Ele é um dos nossos! Aqui deu os primeiros passos, no que à música diz respeito e aqui está, com muita competência, dedicação e paciência à frente da escola de Música, da Banda e da Orquestra Ligeira a fazer o excelente trabalho que todos reconhecemos! É um valor da nossa terra! Parabéns!”. E uma ruidosa salva de palmas confirmou o reconhecimento de todos pelo empenho com mérito deste jovem maestro.
Agradeceu a presença de todos os sócios e amigos, e as suas dádivas, assim como à equipa de trabalho, na preparação, confeção e serviço do almoço, reforçando o agradecimento, “ao pessoal da casa que viemos desassossegar! A Filarmónica agradece, muito obrigado!”.
Agradeceu também a presença do executivo municipal, e todo apoio recebido, tendo sido assinado um contrato-programa, no valor de 7.650 euros, para apoiar a escola de música da Filarmónica.
E como reconhecimento à CMA, o presidente da direção, Manuel Francisco, deixou bem vincada a posição da Filarmónica, “Pela nossa parte podemos prometer inteira disponibilidade para colaborar com o município, em tudo o que for considerado pertinente, como sempre temos feito”. E comprometeu-se a continuar a prestar, “um importante serviço social à comunidade alvaiazerense no despertar da sensibilidade musical e no ensino da música, que fazemos gratuitamente, como aliás é tradição entre nós”.
E em, “Rumo ao Centenário”, o Alvaiazerense vai colaborar, publicando mensalmente, “História(s) da nossa Banda”, para que não se percam no tempo.