PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

Joaquim Carvalho conquistou o primeiro lugar dos stands de artesanato do Alvaiázere Capital do Chícharo

O stand de artesanato em madeira de Joaquim Carvalho, de 70 anos, natural e residente na freguesia de Pelmá, no concelho de Alvaiázere, foi distinguido como o melhor stand da mostra artesanal na última edição do Alvaiázere Capital do Chícharo, que se realizou no passado mês de junho.

Em entrevista ao Jornal “O Alvaiazerense”, Joaquim Carvalho recordou como nasceu o seu interesse pelo artesanato em madeira: “apesar de já fazer vários bonecos ao serão, com uma navalha, inspirei-me verdadeiramente depois de ter feito um carro alegórico para os Bombeiros Voluntários de Alvaiázere por ocasião do seu último cortejo de oferendas, em outubro de 2014. Fi-lo todo a preceito, bem como capacetes, batedores, agulhetas e tubos a embelezarem o carro. Os Bombeiros gostaram tanto que, no fim do cortejo, eu ofereci o carro para eles colocarem no Quartel”, afirmou, visivelmente orgulhoso do seu trabalho, acrescentando que trabalhar para os Bombeiros tem um significado especial, uma vez que já pertenceu à corporação.

Joaquim Carvalho já foi comerciante, pintor e vendedor de materiais de construção. Atualmente aposentado, os trabalhos que faz em madeira são a sua ocupação de tempos livres, aproveitando todos os momentos que tem para criar novas peças num armazém de materiais junto à sua casa. As ferramentas do artesão são a rebarbadora, o motosserra e a navalha e a madeira utilizada é proveniente da carpintaria de um amigo, que lhe dispensa as sobras que já não podem ser utilizadas. Em relação à madeira, Joaquim Carvalho prefere a de choupo, por ser “mais bonita e mais fácil de trabalhar” e classificou a de nogueira como a mais difícil, tendo também já feito algumas peças em oliveira.

As peças que mais gosta de fazer são as ferramentas tradicionais, que as pessoas não saibam para que servem: “no Alvaiázere Capital do Chícharo lancei o desafio de oferecer um prémio a quem conseguisse adivinhar a que ofício pertencia um martelo. Ao longo dos quatro dias da feira, não houve ninguém que soubesse dizer que era um martelo utilizado pelo amolador de facas, um ofício que está quase em vias de extinção”, explicou.

Entre os vários trabalhos já feitos, contam-se candeias de petróleo, almotolias antigas para colocar o azeite, um macaco e o símbolo do amor, que são duas faces voltadas uma para a outra. Para fazer todas estas peças, o artesão confidenciou que faz tudo do conhecimento visual que tem das coisas, o que nem sempre é fácil: “por vezes começo a fazer uma peça e chego a um ponto que já não sei como a acabar, então opto por parar e só recomeço quando me sinto novamente inspirado”. Todo este processo é bastante trabalhoso: o artesão imagina a peça, leva dias a criá-la e no fim enverniza-a e pinta-a. Talvez por isso acabe por se afeiçoar aos seus trabalhos e, tal como o próprio afirmou, lhe seja muito difícil desfazer-se delas: “todas as peças que vendi durante o certame Alvaiázere Capital do Chícharo voltei a fazê-las, pois são peças únicas, especiais e muito valiosas”.

Joaquim Carvalho ficou bastante sensibilizado com a distinção do seu stand com o primeiro prémio dos stands de artesanato, uma vez que havia vários artesãos, com várias especialidades. Ainda no que diz respeito ao certame Alvaiázere Capital do Chícharo, a empresa Cobermat venceu na categoria da mostra empresarial e a Panificadora Paulo Sá Oliveira no stand dos produtores.