PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

Joaquim Simões, Presidente da Direção da AHBVA

Entrevista

Joaquim Simões, Presidente da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere (AHBVA), no 82º aniversário, revelou os desafios de gerir o dia a dia deste tipo de instituição do trabalho desenvolvido em tempos de pandemia, dos investimentos e dos apoios, tecendo os maiores elogios ao quadro ativo dos Bombeiros e seu comandante…

“O Alvaiazerense” (O Alv.:) – Quantos cargos já desempenhou na AHBVA e qual a duração destes?
Joaquim Simões (JS)
– Ao longo de quase onze anos de vínculo aos Órgãos Sociais da AHBVA desempenhei dois mandatos como Vice-Presidente e estou no 2º. mandato como Presidente da Direção, sendo a duração de cada mandato de três anos.
Acresce referir que no 2º. Mandato como Vice-Presidente exerci, parte dele, as funções de Presidente em exercício, em virtude da ausência do Presidente Paulo Tito.

O Alv.: – Que balanço é possível fazer desde que está à frente dos destinos dos BVA?
JS.:
– Não me compete opinar sobre o que foi feito. Os Órgãos Sociais, nomeadamente a Assembleia Geral e o Conselho Fiscal, é que deveriam responder, uma vez que exercem funções fiscalizadoras da ação da Direção.
Qualquer das formas e por respeito pelas pessoas que têm comigo participado ao longo destes anos, é possível perceber que há uma atitude diferente, traduzida em ganhos de qualidade no que concerne a instalações, equipamentos, oferta formativa e relacionamento interpessoal.

O Alv.: – E como foi manter o funcionamento deste tipo de instituição num cenário de pandemia?
JS.:
– Este flagelo provocou múltiplas perdas, mas destacou, pela positiva, as pessoas com capacidade de gestão e até de antecipação. E, neste aspeto, quero deixar publicamente o reconhecimento ao NOSSO Comandante, Mário Bruno, que implementou os planos de contingência a nível interno e muito ajudou a nível concelhio, ajustou e controlou as medidas que se impunham e formatou/ motivou os Bombeiros do Corpo Ativo para uma realidade que desconhecíamos e era facilmente transmissível.
Face ao seu desempenho, merecedor de público reconhecimento por quem de direito, conseguiu-se uma resposta pronta e eficaz às necessidades que foram surgindo.
Paralelamente os Bombeiros de Alvaiázere não tremeram e prestaram com humanidade, profissionalismo e sentido cívico a ajuda devida à comunidade alvaiazerense.
Um bem-haja para eles e para as suas famílias.

O Alv.: – Como é o gerir do dia a dia da AHBVA?
JS.:
– Confesso que não é fácil, mas é desafiante.
Não é fácil devido à matriz da AHBVA que é por designação humanitária e sem fins lucrativos. É desafiante pelo exemplo e lição de vida que homens e mulheres que envergam a farda dos Bombeiros nos dão diariamente com a sua disponibilidade, a sua entrega a favor de quem precisa e sempre com um sorriso, uma palavra consoladora e de preocupação com a pessoa socorrida e seus familiares.
Este saber estar não paga as dívidas a fornecedores, mas estimulam e impelem os responsáveis pelos destinos da AHBVA a procurar, no seu dia a dia, satisfazer as necessidades primárias de quem tudo faz para minimizar o sofrimento das pessoas.

O Alv.: – As atuais instalações, após as obras efetuadas, servem bem a corporação?
JS.:
– A remodelação operada veio trazer melhores condições, mas não resolveu totalmente as carências que temos identificadas.
Reconhecemos e temos orgulho naquilo que foi feito, mas as obras que se impunham ficaram a meio.
Persistem ainda uma série de necessidades que é imperioso resolver e que, uma vez implementadas, se traduzirão numa melhoria operacional dos nossos Bombeiros.

O Alv.: – Quais as metas que a direção que foi recentemente reeleita gostaria de alcançar?
JS.:
– A ambição é grande, mas os recursos são escassos e cada vez menores.
No entanto deixo aqui uma lista de algumas dessas necessidades:
1 – Remoção do amianto que ainda subsiste na cobertura do Quartel, dada a perigosidade e malefício que este tipo de material provoca;
2 – Remodelação do salão, inserindo nele a possibilidade da criação de salas de formação e outras com vista à melhoria da capacitação do Corpo Ativo;
3 – Criação do Museu do Bombeiro, onde seja possível perpetuar a história da AHBVA. Uma realidade que muito valorizaria a Vila de Alvaiázere e se tornaria, estou convicto, num polo de atração para quem nos visita;
4 – Substituição dos portões das garagens do topo nascente.

O Alv.: – Qual a importância das pessoas que o acompanham na direção e no comando, para levar a bom porto a AHBVA?
JS.:
– As pessoas são o capital mais precioso das organizações e cada uma com os seus saberes, as suas experiências e o seu empenhamento.
É com esta simbiose de vontades e conhecimentos que esperamos conseguir uma AHBVA cada vez melhor, moderna e principalmente com futuro.

O Alv.: – É importante também manter uma relação saudável com os restantes operacionais?
JS.:
– Tudo o que é saudável é bom.
A motivação dos Órgãos Sociais, Comando, Bombeiros, Sócios e Benfeitores é comum e tem um Norte:
“Melhoria da capacidade de resposta a quem precisa dos Bombeiros”
Imbuídos neste espírito procuramos trabalhar diariamente fortalecendo o relacionamento interpessoal e perscrutando as necessidades e anseios de todos.

O Alv.: – Que idade têm e onde vivem os nossos Bombeiros?
JS.:
– Os nossos Bombeiros são praticamente todos do Concelho, embora alguns residam fora em virtude da sua vida pessoal. Pese embora esta situação, cumprem os serviços para que são escalados, suportando os custos das suas deslocações. Os Bombeiros não podem ter menos de 18 nem mais de 65 anos.

O Alv.: – A comunidade de uma maneira geral continua a estar presente quando solicitada a apoiar os seus Bombeiros?
JS.:
– O sentimento que possuímos é que a comunidade tem orgulho nos seus Bombeiros e sente-se protegida pelos mesmos.
Impõe-se, pois, um agradecimento a todos pela confiança e pelo carinho sempre dispensados.
Tanto a nível do Natal do Bombeiro como aquando dos Cortejos a população alvaiazerense diz presente e ajuda dentro das suas possibilidades.
E aproveitando este espaço, deixo a informação de que no próximo dia 29 de maio iremos realizar novo Cortejo.
Apelamos, pois, à generosidade de todos, de modo a tornar possível, com o resultado obtido, a prossecução da melhoria operacional dos nossos Bombeiros.
E uma vez que o Alvaiazerense é bem acolhido pela Diáspora espalhada pelos vários cantos do Mundo, aqui lhes deixo um abraço fraterno e de saudade e a garantia de que tudo faremos para ajudar os vossos familiares queridos, sempre que de nós precisem.
E pedir-lhes que se associem na ajuda aos Bombeiros de Alvaiázere e divulguem junto dos vossos amigos e conhecidos este nosso apelo.
Aproveito para deixar o IBAN da conta aberta na Agência da Caixa Geral de Depósitos em Alvaiázere, para onde poderão canalizar as vossas ofertas:
IBAN: PT50 0035 0078 00018408730 07
BIC SWIFT: CGDIPTP

O Alv.: – Como estamos de associados?
JS.:
– O número de associados registados é aceitável.
No entanto o número de sócios com quotas em dia é mais frágil.
As cobranças são difíceis e o apelo ao uso do débito em conta ou do pagamento por transferência bancária não tem tido o sucesso que desejávamos.
Estamos a estudar a possibilidade de concebermos uma parceria com as Juntas de Freguesia que permita atenuar esta carência e, desta forma, possibilitar uma maior aproximação aos sócios.

O Alv.: – De que forma retrata a AHBVA?
JS.:
– É muito subjetiva a questão e tenho muita dificuldade em responder, no entanto posso referir que o movimento associativo é um dos parâmetros de avaliação dos territórios e, por isso, tenho muito respeito por todas as associações do concelho.
A AHBVA é diferente por definição e pelo seu objeto social. Os lemas: “VIDA POR VIDA” e “A BEM DA HUMANIDADE” espelham, de forma sublime, a sua imagem e matriz.

O Alv.: – Recentemente a CMA assinou um protocolo de colaboração com a AHBVA. Os apoios que têm dado à instituição são suficientes?
JS.:
– A CMA tem acarinhado e ajudado a AHBVA e justo se impõe prestar o meu agradecimento aos diversos executivos com quem tive a oportunidade de trabalhar.
Os apoios recebidos têm sido diferenciadores e com eles foi possível implementar muitas das melhorias efetuadas.
Da nossa parte cabe a responsabilidade de aplicar bem todos os apoios recebidos, independentemente da sua origem.

O Alv.: – Como antevê o futuro da AHBVA?
JS.:
– O futuro a Deus pertence e nos tempos presentes fomos surpreendidos com uma pandemia e com uma guerra selvagem. O futuro da AHBVA será aquilo que conseguirmos construir e consolidar, pelo que depende das ajudas de toda a comunidade.
No dia da celebração do 82º aniversário fomos brindados pelo Sr. Comandante com um pelotão de meninos e meninas que se estão a preparar/formar para serem Bombeiros. Deixam o conforto do seu lar, os amigos e o seu descanso semanal para, quando chegar o momento, receberem as divisas de Bombeiro.
O futuro é deles e a AHBVA sente um enorme orgulho por acompanhar o seu crescimento para a vida e incutir-lhes os valores da solidariedade e da humanidade.
Aproveito para felicitar os pais de cada um deles pela confiança que em nós depositam e pelo encorajamento e apoio que lhes dão.
Que nunca lhes falte esse apoio determinante.
Eles serão os Bombeiros de amanhã.

O Alv.: – Que mensagem gostaria de deixar às diversas entidades e pessoas alvaiazerenses?
JS.:
– Primeiro manifestar-lhes o meu agradecimento pessoal e da AHBVA pelas ajudas recebidas ao longo dos tempos.
Em segundo lugar apelar, mais uma vez, à sua generosidade e participação no Cortejo deste ano.
E por último fazer um apelo para ajudarem a AHBVA fazendo-se sócios, colaborando nos seus eventos e trazendo mais sócios. Todos somos poucos para uma obra tão grande. Ajudem-nos a ajudar. Ao ajudar os Bombeiros está a investir em si e nos seus.

O Alv.: – Obrigada