No evento Alvaiázere Capital do Chícharo, que se realizou entre os dias 10 e 13 de junho, foram premiados três stands em cada uma das categorias: a empresa Cobermat na mostra empresarial, Joaquim Carvalho no artesanato e a empresa Doce Felicidade/Panificadora Paulo Sá Oliveira na categoria dos produtores.
Nesta edição, o Jornal “O Alvaiazerense” falou com Paulo Sá Oliveira, proprietário da panificadora que foi criada há 23 anos, como o próprio explicou: “na altura eu não tinha nada a ver com o pão, era encarregado de obras de uma equipa na firma José Marques Grácio. O meu pai é que vendia pão, um dia disse-me que iam vender a padaria e eu achei que tinha dinheiro para a comprar”, sublinhou, acrescentando que as instalações começaram por ser na Rua do Cortiço, em Cabaços, e 13 anos mais tarde mudaram-se para onde se encontram atualmente, no Parque Industrial de Cabaços.
A empresa Doce Felicidade, criada há cerca de um ano e meio, é um projeto que está agregado à panificadora, mas que é da autoria da filha Catarina: “a minha filha formou-se em Engenharia Alimentar, fez a sua tese de mestrado sobre farinha de chícharo, tendo chegado a trabalhar em Espanha e quando voltou trouxe consigo esta ideia inovadora”. Por isso, explicou Paulo Sá Oliveira, “aumentámos o espaço da padaria, fizemos um investimento que ronda os 90 mil euros que está a dar retorno e estamos a dedicar-nos à produção de biscoitos”.
A Doce Felicidade/Panificadora Paulo Sá Oliveira participa com regularidade em todas as feiras que se realizam na zona centro, em Avelar, Penela, Ansião, entre muitas outras. O prémio atribuído no Alvaiázere Capital do Chícharo surpreendeu o produtor, uma vez que foi a primeira vez que conquistou um prémio no concelho de Alvaiázere, deixando-o extremamente orgulhoso de um projeto que considera ser mais da sua filha do que propriamente seu.
Paulo Sá Oliveira revelou ao “Alvaiazerense” que foi lançado recentemente um produto novo, os travesseiros de chícharo, que são “uma espécie de pastel de Tentúgal” e têm feito um enorme sucesso: “na feira de Ansião vendemos 800 ou 900 peças e apenas três dias”, afirmou. No que respeita aos pastéis de chícharo, durante a semana são feitos por encomenda e aos fins-de-semana são deixados nos vários depósitos de pão: “muitas vezes são as pessoas que pedem o pastel de chícharo em vez do tradicional pastel de nata”, sublinhou Paulo Sá Oliveira, explicando também que a filha “teve sorte em acertar na receita, que é da sua autoria e confeção”.
Em termos de projetos futuros, Paulo Sá Oliveira afirmou que neste momento a empresa está a abrir uma venda exclusiva de biscoitos (com mais de dez variedades) e pastéis em toda a zona centro, que inclui pontos turísticos como a Nazaré, com dez carros na rua, tendo já admitido três novos empregados, num total de vinte. “A saída que temos com estes carros a vender na rua faz com que a capacidade de produção esteja completamente esgotada, vendemos uma média de 300 a 500 pacotes por semana e queremos manter- nos assim, não temos pressa em aumentar de repente e depois as coisas não correrem bem, sempre foi a nossa maneira de trabalhar ao longo destes 23 anos”, salientou Paulo Sá Oliveira, que, no entanto, revelou que um dos objetivos a curto prazo passa por adquirir uma máquina de fazer biscoitos, um investimento que ronda os 27 mil euros, mas que é necessário, uma vez que a produção é feita manualmente.
Com mais de vinte anos de experiência no mercado, 600 metros quadrados de área de produção, dez carros a vender na rua e vinte trabalhadores, é de salientar que a Panificadora Paulo Sá Oliveira fez o maior investimento precisamente quando a crise começou, como explicou o seu proprietário: “desde 2011 e até este ano, investimos mais de 200 mil euros em máquinas, carros e obras, e temos conseguido crescer, o que me deixa satisfeito”, finalizou.