Paulo Tito Morgado anunciou, no passado dia 3 de novembro, a renúncia ao cargo de presidente da Câmara Municipal de Alvaiázere, com efeito prático a partir de 30 de abril de 2015.
Paulo Tito Morgado afirmou que sai por "razões de ordem ética e de responsabilidade cívica", adiantando que se levasse o mandato até ao fim "condicionaria em absoluto todas as opções políticas e de desenvolvimento estratégico" para o concelho.
"Os seis meses que tenho agora pela frente, serão o tempo mais que suficiente para, juntamente com a equipa que me acompanha, encerrar as pastas do QREN, sem condicionar a estratégia do CRER 2020", referiu o edil alvaiazerense, acrescentando que "considero estar a tomar uma atitude de cultura política responsável e exigente".
Paulo Tito Morgado justificou a saída com a conclusão do atual quadro de fundos comunitários, que "terminará objetivamente e em termos práticos, em 2015", adiantando que na impossibilidade de se recandidatar em 2017, sai da Câmara Municipal de Alvaiázere na fase inicial de um novo ciclo de fundos comunitários (CRER 2020), que se estende até 2020, com efeitos práticos até 2022.
"Considero não ser oportuno perpetuar-me no cargo até 2017, ou seja, até ao limite que a lei me impõe, sendo certo que tal atitude condicionaria em absoluto todas as opções políticas e de desenvolvimento estratégico daqueles que me vierem a suceder".
Paulo Morgado recordou que foi eleito democraticamente pelo povo, em sufrágio universal que teve lugar no passado dia 29 de setembro de 2013, pelo que "só ao povo assistiria o direito de dizer até quando o deveria representar", considerando por isso que a lei de limitação de mandatos "encerra virtudes" e "desvirtua grosseiramente a vontade popular".
O autarca revelou que definiu, desde o início, que este projeto seria de 10 anos, pelo que "não necessito de uma qualquer lei de limitação de mandatos para me autodisciplinar, para me autolimitar no exercício da função".
O edil salientou que exerceu o cargo de presidente da Câmara Municipal de Alvaiázere "de forma absolutamente empenhada, com uma entrega total e incondicional", colocando sempre "o interesse público muito acima do pessoal".
"Durante nove anos, abracei de corpo e alma e com uma enorme firmeza, um projeto autárquico de modernização e de desenvolvimento do Concelho de Alvaiázere", disse, lembrando que o fez "em tempos de grandes dificuldades e de excecionais limitações e restrições orçamentais", sempre com a "convicção de estar a fazer em cada momento o melhor que sabia e que podia, em benefício da causa pública, em benefício do futuro de Alvaiázere e dos Alvaiazerenses".
"Neste pequeno Município, conseguimos fazer coisas admiráveis", afirmou Paulo Tito Morgado, argumentando que o município foi reconhecido a nível nacional pelos apoios na área da Educação, pela modernização administrativa e por melhor aproveitar os fundos comunitários para se infraestruturar e desenvolver.
"Todos estes grandes feitos, para um Município da nossa dimensão, devem-se ao enorme esforço, dedicação e empenho, tanto das equipas que ao longo deste tempo me acompanharam, como dos colaboradores que estão ao serviço desta casa e desta causa", realçou.
"Esta é uma decisão pessoal, que recai apenas sobre as funções autárquicas", não afetando os cargos e as funções que exerce nas diferentes instituições e organizações em que participa.