PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

Vinho Vale da Brenha Reserva 2013 conquistou medalha de ouro em concurso nacional

Produzido em Maçãs de Caminho

O vinho tinto Vale da Brenha Baga e Bastardo Reserva 2013 conquistou uma medalha de ouro na quarta edição do Encontro com o Vinho e Sabores Bairrada, que se realizou em outubro do ano passado e na qual a colheita de 2012 do mesmo vinho conquistou também uma medalha de prata.

Estes prémios são apenas dois de uma enorme lista de galardões já conquistados, “mais do que os anos que tem este século”, como explicou ao Jornal “O Alvaiazerense” Manuel Jesus da Silva, responsável por esta marca, que é certificada desde o ano 2000.

Natural de Pousaflores, concelho de Ansião, Manuel Jesus da Silva vive em Maçãs de Caminho há 50 anos e sempre produziu vinho, das vinhas que herdou da família e que recuperou, plantando também algumas videiras. No total, são cerca de um hectare e meio, no concelho de Alvaiázere mas também em Ansião, que anualmente produzem entre 3500 a 4000 litros de vinho, um valor um pouco menor nos últimos dois anos, “mas de maior qualidade”, explicou o produtor.

O sucesso, esse, é fruto de muito trabalho e o seu segredo reside na “qualidade das vinhas e da matéria-prima, cuidadas em harmonia com a natureza”. Manuel Jesus da Silva enumerou as fases pelas quais passa o processo de tratamento das videiras: em janeiro faz-se a poda, entre abril e julho aplicam-se as curas fitossanitárias e depois dá-se o período de maturação, até finais de setembro ou início de outubro, quando se faz a vindima, que normalmente dura três dias.

No processo de produção do vinho, Manuel Jesus da Silva tem preferência pelos métodos tradicionais, que conjuga com as novas tecnologias: depois de apanhadas, as uvas são esmagadas pelo esmagador elétrico, a fermentação é feita em depósitos de cimento dos quais depois é feita a transfega para cubas de inox e, por fim, o estágio faz-se em pipos de carvalho, seguindo-se o engarrafamento.

Manuel Jesus da Silva afirmou que uma das suas “regras de ouro” é que nenhuma colheita sai da sua adega para vender sem ter no mínimo dois anos de preparação, o que significa que no início do próximo ano é que irá começar a vender a colheita de 2015. Esta empresa, que é uma empresa familiar, tem os seus clientes habituais, alguns dos quais que vêm do estrangeiro, de países como a França, Alemanha ou Suíça, o que, para o produtor, é motivo de orgulho: “é gratificante ver que as pessoas têm satisfação de provar o produto”.

Na divulgação dos Vinhos Vale da Brenha uma das estratégias utilizadas é a presença em feiras, não só nas do Concelho, como o certame Alvaiázere Capital do Chícharo e a Feira dos Produtos da Terra, mas também em Anadia, Ansião, Pombal, Soure, entre outras, sem esquecer a presença nas redes sociais, que desempenham um papel bastante importante atualmente.

Registada há quase 20 anos, a marca Vale da Brenha é uma marca certificada que tem também um vinho da reserva Lágrima, o Sicó Gourmet, que implica maior tempo de estágio em adega, de cerca de 30 meses. Nas palavras do produtor, o Vale da Brenha, com cerca de 14,5 graus é “um vinho encorpado, à base de castas antigas com 120 anos, em que a principal é a casta baga, característica da sub-região Terras de Sicó”, afirmou.

No que respeita aos projetos futuros, Manuel Jesus da Silva adiantou que a empresa vai passar para as mãos de dois dos seus três filhos que, não tendo qualquer formação na área, têm uma enorme paixão, que herdaram do pai, e muita experiência adquirida ao longo dos anos, estando em vista uma expansão da produção.

Cláudia Martins