PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

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25 de Abril Sempre

25 de abril de 1974 uma data que jamais pode ser esquecida que nos libertou da polícia política, que enviou milhares de opositores ao regime ou simples suspeitos para a prisão e campos de concentração, violou correspondência dos cidadãos, e as residências consideradas suspeitas eram invadidas pelos seus agentes tanto de dia como de noite. Reconheceu um dos direitos mais fundamentais do Homem, a liberdade de expressão e de pensamento, acabando com a censura que tinha sido instituída em 1926 com a ditadura militar à imprensa e que progressivamente envolveu também o teatro, o cinema, a rádio e a televisão, supervisionando toda e qualquer notícia suscetível de influenciar a população, assim jornalistas e escritores eram forçados a uma autocensura prévia, para evitar que os textos fossem mutilados. Acabou com a política colonial do Estado Novo, que dada a intransigência do regime salazarista em conceder a independência às suas colónias contribuía para o isolamento de Portugal a nível Internacional e provocou a morte de milhares de jovens na guerra colonial e a fuga de muitos para o estrangeiro que se recusavam a combater nesta.

Com o fim do Estado Novo pelo MFA (Movimento das Forças Armadas) estes procederam de imediato à democratização do país com a extinção da polícia política, da Mocidade Portuguesa da Legião Portuguesa e da censura. Seguindo-se a Descolonização com um processo difícil e ainda iniciado em 1974 e mais tarde em 1985 Portugal assinou o tratado de adesão à CEE, tornando-se membro efetivo desta comunidade a um de janeiro de 1986, o que obrigou o país a modernizar-se, para a concretização do Mercado Único Europeu em 1993.

Só o 25 de abril permitiu todas estas conquistas que mudaram estruturalmente Portugal, com esperança num futuro mais desenvolvido em liberdade, democracia, solidariedade e paz, pelo que tem de ser uma data inevitavelmente sempre celebrada, para nos dar força a enfrentarmos com coragem os enormes desafios que temos pela frente, agravados por esta Guerra da Ucrânia, que a todos afeta pela grande complexidade de problemas que arrasta. Mas também não nos podemos esquecer que este povo da Ucrânia está também a lutar pela liberdade, democracia e humanismo valores do espaço europeu a que pertencemos, graças ao 25 de abril. Mais uma razão para comemorarmos sempre o 25 de abril por nos ter aberto as portas para fazermos hoje parte da União Europeia, que nos fortalece. Um espaço que Putin quer destruir e os valores que defende, pelo que temos também de ficar gratos à tenacidade e bravura do povo Ucraniano.