25 de abril de 1974 uma data que jamais pode ser esquecida que nos libertou da polícia política, que enviou milhares de opositores ao regime ou simples suspeitos para a prisão e campos de concentração, violou correspondência dos cidadãos, e as residências consideradas suspeitas eram invadidas pelos seus agentes tanto de dia como de noite. Reconheceu um dos direitos mais fundamentais do Homem, a liberdade de expressão e de pensamento, acabando com a censura que tinha sido instituída em 1926 com a ditadura militar à imprensa e que progressivamente envolveu também o teatro, o cinema, a rádio e a televisão, supervisionando toda e qualquer notícia suscetível de influenciar a população, assim jornalistas e escritores eram forçados a uma autocensura prévia, para evitar que os textos fossem mutilados. Acabou com a política colonial do Estado Novo, que dada a intransigência do regime salazarista em conceder a independência às suas colónias contribuía para o isolamento de Portugal a nível Internacional e provocou a morte de milhares de jovens na guerra colonial e a fuga de muitos para o estrangeiro que se recusavam a combater nesta.
Com o fim do Estado Novo pelo MFA (Movimento das Forças Armadas) estes procederam de imediato à democratização do país com a extinção da polícia política, da Mocidade Portuguesa da Legião Portuguesa e da censura. Seguindo-se a Descolonização com um processo difícil e ainda iniciado em 1974 e mais tarde em 1985 Portugal assinou o tratado de adesão à CEE, tornando-se membro efetivo desta comunidade a um de janeiro de 1986, o que obrigou o país a modernizar-se, para a concretização do Mercado Único Europeu em 1993.
Só o 25 de abril permitiu todas estas conquistas que mudaram estruturalmente Portugal, com esperança num futuro mais desenvolvido em liberdade, democracia, solidariedade e paz, pelo que tem de ser uma data inevitavelmente sempre celebrada, para nos dar força a enfrentarmos com coragem os enormes desafios que temos pela frente, agravados por esta Guerra da Ucrânia, que a todos afeta pela grande complexidade de problemas que arrasta. Mas também não nos podemos esquecer que este povo da Ucrânia está também a lutar pela liberdade, democracia e humanismo valores do espaço europeu a que pertencemos, graças ao 25 de abril. Mais uma razão para comemorarmos sempre o 25 de abril por nos ter aberto as portas para fazermos hoje parte da União Europeia, que nos fortalece. Um espaço que Putin quer destruir e os valores que defende, pelo que temos também de ficar gratos à tenacidade e bravura do povo Ucraniano.