Para além da forte austeridade, os portugueses estão sujeitos à implementação de uma linha ideológica liberal, que defende um Estado aligeirado e uma economia de mercado livre, aberta e concorrencial. Parte do pressuposto, de que tudo o que é Estado, é desperdício e mal gerido. Temos de reconhecer que será uma generalidade, mas muitas das vezes, pela incompetência dos “boys”/gestores que os partidos lá encaixam. Independentemente da concordância ou não com essas linhas orientadoras, há diversos sectores, cuja liberalização, poderá ser muito perigosa. Falamos em concreto dos CORREIOS, uma das instituições que ao longo de décadas, conquistou a confiança dos portugueses, pela sua eficácia e reconhecida utilidade pública. Basta recordar os múltiplos e variados serviços que prestam a milhares de pessoas, por todo esse País, do grande centro urbano, ao lugar mais recôndito. Com a programada privatização, optou-se por torná-los mais apetecíveis financeiramente e daí o fecho de inúmeras estações, menos rentáveis, mas com graves prejuízos para as populações. Não se discorda da optimização da gestão, aliás recomenda-se, mas o que está em causa, é a prestação de um serviço público, que por alguma razão, em muitos países da Europa continuam a ser da responsabilidade do Estado, tal como na insuspeita Alemanha. Assim, para além da prossecução das suas ideologias, os nossos governantes deverão ter o bom senso, de decidir com base na garantia de serviços imprescindíveis, a custos sustentáveis. A isso, chama-se boa política. Não podemos esquecer, que somos um País envelhecido, para além do alto risco, de entregar a privados, este tipo de serviço, que passará a ser negócio! Daí considerarmos ser (mais) um erro, a privatização dos Correios.
Por cá, tivemos pela segunda vez a versão dois em um, da Fafipa e do Festival Gastronómico e a afluência surpreendeu tudo e todos, superando de longe as melhores expectativas. Certamente fruto da ampla divulgação e também do tempo outonal, convidativo a uma “chícharada”, porque apesar da crise, o português está disposto a abrir os cordões da bolsa, quando se trata de reconfortar o estômago. Por enquanto. Como Setembro se aproxima, houve também oportunidade para arrancar com a pré-campanha, porque estas coisas não se descuram e “ala, que se faz tarde”, mas segundo testemunhos, as doses deveriam ser mais frugais, porque chícharo em excesso poderá ser indigesto. Fica a dica!