PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

carlos_simoes

De vez em quando…

…, há "estátuas" que falam mas deviam conter-se.

Alto é, mas "altura" revelou não ter. Claro, na minha opinião.

Digo isto a propósito do discurso do secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, na cerimónia do Dia do Concelho.

Começou bem, enquadrando as homenagens que ali se iriam realizar na temática do desporto, classificando este, e bem, como uma escola de virtudes a vários níveis, salientando o do esforço para alcançar mais e o do trabalho em equipa. De acordo: um conjunto de valores não só para o desporto em si mas para a vida.

E como é da praxe, veio o elogio ao trabalho do município salientando as dificuldades das terras do interior. Depois, entrou em "política", pela arrogância da virtude exclusiva, falando da memória recente dos despesismos do anterior governo.

Excelentíssimo, identificar pessoas e períodos é fácil mas é igualmente ferido na análise séria e isenta. Uma conta corrente é o resultado de todos os valores, e há de tudo ao longo dos 900 anos da história de Portugal que referenciou como base de apelo ao sentimento de esperança para os portugueses.

Pois é! Mas foi graças ao despesismo do anterior governo que Alvaiázere garantiu a "alavanca para o desencravamento", a saber, a via rodoviária estruturante, ação propagada de prioritária pelo presidente da câmara e apoiada pelos restantes órgãos autárquicos e gentes alvaiazerenses.

Parece-me que podia ter evitado. Vir para o tal interior, de dificuldades, a desertificar em população e serviços públicos essenciais num ciclo vicioso, e "contradizer-se" sem definir "despesismos", é ofensa.

Se valorizou o esforço alvaiazerense de colocar as suas riquezas na economia global, devia valorizar aquele despesismo. É que, não por acaso, mereceu do executivo municipal a atribuição da chave de ouro ao então secretário de Estado, Paulo Campos e a medalha de mérito ao governador civil, Paiva de Carvalho, precisamente em reconhecimento da ajuda no "desencravamento de Alvaiázere".

Vejamos o que será a "parceria" do governo atual, que afirmou certa para "lutar contra a desertificação e contra a descrença". Não sei como ajudará quando diz que "os outros fizeram o que não podiam"…

Em ano de FAFIPA e de Festival Gastronómico do Chícharo (afinal não é alternado!), pego na linguagem do emissário do Rei a anunciar a "Leitura do Foral", mas ao contrário, diria, vivam todos e "para o raio que os parta", a eles, filhos dos partidos.