PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

antonio_goncalves

Concordâncias e Discordâncias

"Como é bom viver aqui…" Slogan atractivo, incisivo, apelativo, poético até, mas que de realidade pouco tem para oferecer a quem queira realmente viver em Alvaiázere. Onde estão os empregos, o trabalho, a indústria, o comércio, as actividades, as diversões que possam chamar e fixar as pessoas na nossa terra? Ou o slogan apenas se quer referir ao sossego, ao ócio, ao silêncio, à natureza? Nesse caso poderá chamar alguns idosos, alguns estrangeiros já muito vividos nas suas terras e atraídos pelo clima do nosso País, mas principalmente o que Alvaiázere precisa é de gente jovem que se fixe, constitua família, que aumente a população. E isso não é possível com frases feitas. Há que haver empregos, trabalho, dinheiro para consumo. E isto sim trará por arrasto tudo o resto. Mas quem imaginou esta frase, com certeza apenas olhou para ele e para a sua família, amigos e correligionários. Bons e menos bons empregos, boas ajudas, respeito e venerações forçadas… Nestas condições alguém porá em dúvida que clamem que se vive bem aqui? Mas quando esta realidade é apenas para meia dúzia (sempre os mesmos), a frase não tem sentido.

Ainda há dias saiu na imprensa regional um estudo feito pela Bloom Consulting, especialista na análise a países, regiões e cidades e as conclusões acerca do nosso concelho, não nos deixou, apesar de tudo, de nos surpreender, pela negativa. Classificava-nos como a pior marca do distrito de Leiria, colocava-nos em 97.º lugar em cem concelhos da região centro e dava-nos a 295.ª posição de entre os 308 concelhos do nosso País. Será isto razão para os nossos governantes autárquicos proclamarem "como é bom viver aqui…"?

Temos esperança que o novo presidente, que alguns sinais já deu de alguma mudança para melhor, igualmente em atitudes democráticas, saiba e possa reverter um pouco estes números. Poderá começar por alterar as faixas de rodagem de ruas requalificadas com pompa e circunstância, com custos elevados, mas onde não se cruzam dois autocarros sem que um não tenha de subir para o passeio, igualmente rotundas onde veículos mais longos não conseguem circundá-las sem lhes passarem por cima. É que isto demonstra não só incompetência de quem mandou fazer assim, mas também dos profissionais que as desenharam e assinaram os projectos. Para ganhar dinheiro e demonstrar competência, não basta dizer sempre "sim senhor presidente". E essas atitudes também requalificam a terra e suas gentes.