Tenho sido contactado por várias pessoas do nosso concelho, que me abordam, alegando que gostam de ler os meus artigos no nosso Alvaiazerense.
Confesso que fico um pouco orgulhoso. Mas sou sempre o mesmo homem, conhecido na parte Norte de Alvaiázere, pelo Alberto do Vale de Alcaide, que falo para toda a gente com a mesma cordialidade, não procuro ser orgulhoso daquilo que sou e trato todas as pessoas, seja qual for a idade por você e por senhor. São ideias minhas e foi educação que meus pais me deram. Mas enfim. Sou aquilo que sou e hei-de continuar a ser enquanto Deus me ajudar.
Há dias li um livro, que comprei numa livraria e a página 6 e 7 desse volume vinha qualquer coisa escrito a cerca do grande escritor chamado EÇA DE QUEIROZ, que escreveu o celebre romance “OS MAIAS” em 1888, que eu já tive o prazer de ler.
Este escritor foi nomeado CÔNSUL de Portugal em Paris, sendo este o último livro que publicou. Acontece que este homem adoeceu naquela cidade e lá faleceu no dia 16 de Agosto de 1900, pelas quatro e meia horas da tarde. O seu corpo é sepultado em Paris. O governo Português chefiado por um tal HINTZE RIBEIRO fez a transladação para Portugal e a urna chegou a Lisboa a bordo do navio África a 16 de Setembro e desembarcada no Cais das Colunas no Terreiro do Paço. Foi recebido por vários membros do Governo de então, ministros e Presidente da Câmara. O carro funerário foi decorado por Rafael Bordalo Pinheiro, segundo que sei grande pintor, se não me engano. O percurso até ao alto de São João é ornamentado com panos pretos, símbolo de tristeza. Estava presente um político de nome Fialho de Almeida, um dos mais empedernidos inimigos do Eça, que ia dentro da caixa sem se poder defender, e que fez questão de comparecer no Rossio à passagem do féretro, com uma gravata encarnada. “Pessoa rancorosa”. Aquele pobre homem veio a ser enterrado na localidade acima referida por o caixão ser muito largo e não caber no jazigo. Os restos mortais foram transladados em 1989 para o cemitério de Santa Cruz do Douro-Tormes.
Caros leitores, vem tudo isto a propósito da mania da superioridade quando na verdade somos todos iguais. Nascemos nus e todos morremos e levamos um fato se no-lo quiserem vestir.
Esses cavalheiros com a mania de importantes são os tais empedernidos. Hão-de reparar que os nossos políticos procuram ser todos uns importantes, não sei se já repararam que em política todos dizem mal uns dos outros, para convencerem o ZÉ POVINHO de que são eles os melhores. Enganam o Povo. Ainda há dias um deputado me bateu com as mãos nas costas a perguntar-me como eu andava. Pouco lhe liguei… Pois conheço bem o passado dele. Mas enfim… onde estará a honestidade…
Mas não são. Quando morrerem são todos iguais. Só saem de casa se os tirarem de lá para fora.
O que lucrou o aludido Fialho de Almeida, se veio a falecer como o EÇA DE QUEIROZ?
Caros leitores devemos ser todos amigos, não andarmos com vaidades e só querermos aquilo que nos pertence.
Caros leitores, por ora não escrevo mais neste modesto artigo por não me darem mais espaço, mas com tudo isto parece-me bem que NÃO ESTÁ CERTO.