Setembro é o mês do regresso ao trabalho para alunos e professores, sendo um período de grande ansiedade. Serei colocado? Terei trabalho? Onde?
Sobre educação fala-se e escreve-se muito. Em meia página vou tentar desmistificar algumas inverdades inculcadas na opinião pública.
Apesar da desinformação, nem os alunos nem os professores portugueses têm demasiadas férias. Na realidade, a organização do ano letivo em Portugal é semelhante à da maioria dos sistemas educativos da Europa. Quando se diz que somos dos países com mais férias no verão é de facto verdade mas acompanhamos a maioria dos países do sul, onde o calor se faz sentir. No centro/norte da Europa trabalha-se mais no verão, mas têm interrupções muito maiores no outono/ inverno, como bem se compreende.
Também não corresponde à verdade que os professores são uma classe privilegiada. Acontece que são, na administração pública, os mais qualificados, como bem se compreende. Como tal devem ser bem pagos, embora não tenham salários acima da média, como foi vinculado por alguma comunicação social. Deslocam-se entre escolas em viatura própria, não têm telemóvel ou carro de serviço, subsídio de residência ou de deslocação, não recebem horas extraordinárias, pagam do seu bolso muitos materiais…
O que se pode e deve exigir aos professores, porque são o esteio das gerações futuras, é formação inicial e formação contínua de elevada qualidade.
Tendo uma responsabilidade social extremamente relevante não é de desprezar o facto de também serem pais e que, em muitas situações, são obrigados a submeterem-se a horários que impossibilitam exercer tal direito.
Claro que o melhor seria nem terem vida familiar ou social.
Como curiosidade histórica fica um “modelo” de antigamente.