… Ficámos perplexos e horrorizados com os atentados ocorridos em Paris. Tal como a mensagem deixada numa das homenagens às vítimas, a questão é: “Em nome de quê? ”. Não bastará aniquilar um qualquer auto intitulado estado, fundamental será combater a ideologia, demonstrar que não é possível, em nome de Deus, assassinar inocentes e praticar tamanhas atrocidades. Será moroso, mas imprescindível.
Irresistível também, não transcrever a mensagem de um jornalista, que perdeu a mulher nos atentados, ficou viúvo e com um bebé de 17 meses. As palavras são surpreendentes e comoventes: “Nunca terás o meu ódio. Na sexta-feira roubastes a vida de uma pessoa excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas nunca terás o meu ódio. Não sei quem são nem quero saber, vocês são almas mortas. Se esse Deus por quem vocês matam cegamente nos fez à sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher é uma ferida no seu coração. Por isso, não vos vou dar a satisfação de vos odiar. Vocês fizeram por isso, mas responder ao ódio com raiva seria ceder na mesma ignorância que fez de vós o que sois. Vocês querem que sinta medo, que olhe os meus concidadãos com desconfiança, que sacrifique a minha liberdade pela segurança. Perderam. A vida continua. (…) É claro que estou devastado de dor. Concedo-vos esta pequena vitória. Mas será por pouco tempo. Sei que ela vai estar connosco todos os dias e que nos vamos encontrar no céu com almas livres que vocês nunca terão. (…) ” Marcante!
No nosso luso rectângulo, temos agora um governo dito de esquerda, improvável, mas legítimo; falta saber se consegue governar, no “arame” e reduzindo a austeridade. Muitos garantem que não, mas alguns são os que criaram a expectativa de uma colossal devolução da sobretaxa e afinal como todos os truques de ilusionismo, que são fáceis depois de conhecidos, tratou-se não só, mas também, de jogar com o calendário do registo histórico das receitas fiscais. Por alguma razão, a gestão de expectativas, é uma das artes da política!