PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

alberto_ferreira

Não está certo

Caros leitores, eu entendo que é muito difícil estar tudo à vontade de todos. Mas enfim, há certas coisas que deveriam levar uma certa apreciação. Tenho acompanhado nos jornais a tomada de posse dos governantes que ultimamente têm tomado conta das Câmaras e Juntas de Freguesia, resultado das eleições de Outubro. E, tenho verificado que é muita gente a tomar conta dos cargos políticos. É tudo a mandar ou querer mandar, quando antigamente eram muito menos e as coisas corriam sobre esferas.

Há uns anos a esta parte existiu um homem que nem sabia fazer o nome, nunca teve um relógio, mas, no tempo dele foi militar, se não estou em erro no quartel de Tomar, cumpriu o seu dever cívico. Este senhor faleceu no dia 1 de Maio do corrente ano, tendo eu, signatário deste artigo, ido ao funeral, acompanhando-o até à sua última morada com a bonita idade de 96 anos. E, consta-me que, quando ele veio a um fim-de-semana à terra que o vi partir para a tropa, os vizinhos perguntaram- lhe: então António como te dás com a tropa? Ele respondeu: (A TROPA É BOA, MAS SÃO MUITOS A MANDAR). Ele tinha carradas de razão para assim responder. Naquele tempo, já lá vão 76 anos, já era assim. Agora que vão devolvidos tantos anos, continua tudo na mesma. Como se costuma dizer (TUDO COMO DANTES, QUARTEL GENERAL EM ABRANTES). São muitos a mandar e ninguém se entende. Está tudo cada vez pior. Os senhores leitores sabem quantos deputados havia na Assembleia da República antigamente? Em 1933 eram 90 deputados; em 1945 eram 120; em 1959 eram 130; em 1971 eram 150; sempre a aumentar e, de quatro em quatro meses e meio é que se fazia uma reunião. Poupava-se dinheiro. Depois a nova Constituição que rege tal organismo é de 2 de Abril de 1976. Agora vejam senhores leitores a quantidade de deputados que estão na Assembleia da República com excepção de adjuntos, assessores e outro pessoal não falando em contínuos e manutenção, tudo a receber bons ordenados e quantas vezes se reúnem por mês, e até a insultarem-se, discutirem, como se tem visto na televisão. É uma discussão acesa. Que vergonha. Não há respeito algum. Onde está o civismo e a educação que tão precisa é, para se darem exemplos. Mas enfim, nós modestos Portugueses temos de aguentar e cara alegre. Aí está o que acima digo e o pobre militar, que não sabia fazer o nome já naquele tempo dizia: SÃO MUITOS A MANDAR. E, em comentário meu: muitos a mandar, muitos a discutir e até a insultarem-se. Que vergonha, para quem a tem.

Eu, não compreendo como poderá ser possível os salários que actualmente pedem terem viabilidade se o nosso País está dependente de empréstimos, a pagar juros elevados, uma vez que, quando um chefe de família está a pagar juros a economia não pode crescer, uma vez que disso sei eu. Tanto que quem não tem não pode dar, só se houver uma fábrica de notas falsas, mas quando uns têm uma vida larga e recebem altos ordenados, os outros também têm o direito a ele, alto ordenado. Mas de onde virá o dinheiro. O exemplo tem que vir sempre do alto, como se costuma dizer.

Como os senhores leitores deste artigo devem compreender a vida tem sido assim. São muitos a mandar e a querer mandar e a continuar como tal parece-me que NÃO ESTÁ CERTO.