PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

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De vez em quando…

…, parece que a água sobe.

Na natureza, pelas suas leis, a água no seu estado líquido obedece à força da gravidade e como elemento vivo encontra e percorre o seu trilho sempre do ponto mais alto para o mais baixo. Só por intervenção de qualquer mecanismo criado pelo Homem, em vários contextos e com objetivos diversificados na sua utilidade à vida, o movimento contrário é realidade.

Mas a água sobe, e é verdade se falarmos em nível ou volume de qualquer cavidade natural ou artificial quando para aí encaminhada também naquela tipologia.

Com o Inverno a dar um ar da sua graça antiga, com muita chuva, parece que há por aí umas águas que subiram, fazendo-me lembrar…

“Era uma vez, um pacato território, um pequeno reino governado por um rei à maneira dos absolutos, em que uma questão de marcos de propriedade e crenças no ajoelhar levou à subida de águas.

Havia algures, no perímetro central da central do reino, uma casa apalaçada amarela com grande logradouro, já bastante antiga, e que foi tomada comercialmente há uns anos às ordens e posse do reino com destino a hospedaria de charme.

No local, em fronteira com aquele e rodeada por outras propriedades rústicas reais, estava uma casa de comércio com cave e primeiro piso instalada com aval da realeza anterior, em valorização de investimento no reino e com promessas de fixação dos marcos.

Viajado, o novo rei pensou em dotar a futura hospedaria de charme com um lago. E nada melhor que um lago “natural”, a que ligava bem um jardim de oliveiras, decidiu.

Mãos à obra, no contexto da ação de desencravamento do acesso ao centro do reino, uma montanha que teve de ser cortada foi deslocada às carradas para os terrenos reais, e não só.

E o lago lá nasceu: com a elevação da cota dos terrenos em redor, toda a água se viu obrigada a cumprir a lei e “naturalmente” se dirigiu para a cavidade da casa de comércio.

Conflito de proprietários reaberto, a questão quase chegou a ser internacional uma vez que os chineses, os novos “invasores”, na mó de cima, estavam instalados na casa de comércio. Reza a lenda que o conflito não tinha a ver com a ideia do lago, mas que esta só surgiu por causa das crenças num tal ajoelhar.”

Esta história é pura ficção e qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

Bom, é melhor evaporar. E aí sim, a água em forma de vapor sobe naturalmente. Mas volta.