No mês passado, por coincidência, tanto o “Desassossego” como o “Há Vinte Anos”, versaram o tema “Assembleia de Alvaiázere”, vulgo “Clube”. No primeiro, o Fernando Simões constatava numa porta aberta, o infortúnio de um edifício tão bem localizado, mas infelizmente abandonado, o que de tempos a tempos, faz questão de nos lembrar. No segundo, recordava-se uma carta de Arlindo Freitas, e na qual já nos dava conta dessa letargia, para além de revelar um pouco da sua história. Ficámos assim a saber da dificuldade em se construir o edifico, sendo necessário quase uma década, desde 1926 a 1935, para o conseguir. Mas mais relevante, é que para além do benfeitor comendador Cesário Neves, “também por fim uma ajuda do Estado que veio permitir a sua conclusão”. Ora este facto dá mais sentido à necessidade de reactivar a associação em causa, já que apesar de ser privada, teve uma contribuição pública do Estado Português.
A pergunta é pertinente: para quando a abertura da “Assembleia de Alvaiázere”, sem os elitismos de outrora e adaptada aos tempos de agora? Bem sabemos que estamos na era da internet, facebooks e afins e talvez não se justifique ir ler o jornal ou ver televisão para um clube, mas certamente que os seus sócios saberão encontrar objectivos úteis e justificativos para a sua utilização. Porque não jogar um “ping-pong”, um xadrêz, conversar, conseguir a inter-acção que a mesmíssima informatização e globalização reduz à ínfima espécie? Apesar da perda de parte dos seus corpos dirigentes, consultamos alguns dos actuais e numa conjugação de esforços e boas-vontades, achamos que é possível o renascer de uma das colectividades mais antigas do concelho. Fará sentido promover uma assembleia-geral, por forma a criar/completar corpos directivos e estes cumprirem a função. Veremos!
No mês de Janeiro, deixou-nos um antigo director e colaborador de muitos anos, o padre Jacinto Nunes que aqui recordamos. Não terá sido um homem de consensos, mas temos de reconhecer que deixou a sua marca no jornal. Desde a habitual rubrica do “Alto da Serra”, que em nome do comum “Zé” do povo, desassossegava algumas consciências, até às suas pesquisas históricas sobre o concelho, onde deixou obra digna de registo, fruto de muitas horas de trabalho, que certamente serão úteis para os vindouros. Ficará assim, para sempre ligado à história do jornal e também do concelho.