Iniciámos o ano com a disputa interna no PPD/PSD, num frente a frente de visões distintas da social-democracia (?). Esquecendo as quezílias estéreis, uma das principais questões acabou por se centrar nas vantagens e desvantagens de um hipotético bloco central. Ironicamente e por coincidência a Alemanha após quatro meses das eleições parece ter como solução governativa a formação de um novo bloco central. Lá, como cá, as juras e outras discussões teóricas em muitas das circunstâncias não passam de meras conjecturas vãs, face à realidade.
Os CTT tiveram uma quebra de 57% nos lucros, anunciando uma quebra de 20% dos dividendos a distribuir, sendo de imediato penalizada na Bolsa. A actividade de entrega de cartas está em crise face à digitalização e de imediato surgiram medidas para diminuir custos, com o anúncio de despedimento de centenas de trabalhadores e fecho de balcões. É a visão lógica da gestão privada que tenta reduzir encargos para maximizar lucros. Estratégia criticada pelas franjas mais proteccionistas. Todavia, se a empresa fosse pública, com custos elevados para os contribuintes, o outro lado da bancada falaria de Estado despesista sem gestão criteriosa. Estamos perante a velha e sempre actual discussão ideológica, transversal à maioria dos países modernos e que terá sempre argumentos prós e contras. Mas para uma empresa que presta serviço de interesse público, será consensual, considerar obsceno que os dividendos distribuídos aos accionistas superem os próprios lucros da empresa.
Por cá, o actual executivo camarário tem como um dos seus grandes objectivos, recuperar o atraso do Concelho em termos de incremento da economia local, designadamente com múltiplos incentivos e apoios atractivos à fixação de pessoas. Daí fazer todo o sentido, que num futuro próximo, se reduza a taxa do IMI para o valor mínimo. Para além de estimular essa determinação, também deixará um sinal inequívoco do pretendido.
Por uma questão de coerência. Não só… mas também!