O Dia Internacional das Florestas é celebrado, anualmente, no dia 21 de março e tem como grande objetivo o despertar consciências para o problema da gestão, conservação e desenvolvimento sustentável, isto visando o benefício das gerações atuais e futuras.
Sabemos que as florestas são os ecossistemas com maior diversidade biológica que existem na terra, e que desempenham um papel fulcral na luta contra as alterações climáticas.
Contudo, apesar de todos os benefícios incalculáveis, quer a nível ecológico, económico, social e para a saúde, estamos, atualmente, a destruí-la. São os incêndios, as plantas invasoras e a reflorestação com espécies não autóctones.
Alvaiázere pode e deve ser um exemplo no que diz respeito à preservação de floresta.
Faz parte do seu território a maior mancha de carvalho-cerquinho da Europa e uma das maiores manchas contínuas de azinheiras. Também se podem encontrar, talvez, os maiores carvalhos, castanheiros, oliveiras, zambujeiros e sobreiros do distrito, alguns com centenas de anos.
Com este vasto e inigualável património é prioritário não só protegê-lo, mas também divulgá-lo e valorizá-lo.
Não temos o “Assobiador”, o mais antigo sobreiro do mundo que obteve o título de árvore europeia do ano, e que graças à projeção mundial que teve, vai permitir capitalizar não só em atração turística como também na divulgação, promoção e valorização do território de Palmela, mas temos alguns “trunfos”.
A Câmara Municipal de Alvaiázere deve implementar medidas de forma a proteger, valorizar e dar visibilidade aos exemplares únicos que tem no seu território, criando, em simultâneo, melhores condições para a sua contemplação e fruição.
Algumas das medidas a ser implementadas: um roteiro com a localização das espécies, um percurso pedestre e placas interpretativas e sinalética adequada.
Paralelamente, creio que Alvaiázere poderia ter, pelo menos, meia dezena de árvores classificadas como de Interesse Público, o que seria inédito a nível distrital. Neste momento apenas uma árvore está classificada, (D.R. nº 45 II Série de 23/02/1993) um carvalho negral ou carvalho pardo-das-beiras, com cerca de 200 anos.
O Arvoredo de Interesse Público, também designado Monumentos Vivos de Portugal, para além de servir de estímulo para que haja um maior envolvimento da sociedade na inventariação e consequente proteção, constitui também um instrumento fundamental para a valorização, salvaguarda, conservação e conhecimento do nosso património.
Aqui fica lançado o desafio.
Finalizo com o provérbio “Em março, de manhã pinga a telha e à tarde sai a abelha.”