Vários estudos indiciam que, num futuro próximo, haverá uma grande transformação no mundo do trabalho, com redução do número de empregados e desaparecimento de muitas profissões, algumas das quais insuspeitas, como médico, professor ou advogado. Muitas pessoas ainda não terão tomado consciência desta realidade, fruto dos avanços tecnológicos cada vez mais céleres.
Dir-me-ão que o desaparecimento de algumas profissões faz parte do avanço normal das sociedades, pois há cem anos, adueiro, aguadeiro, varina, carvoeiro, entre outras, eram profissões indispensáveis.
Daqui a dez anos, muitas das profissões que hoje conhecemos desaparecerão ou, pelo menos, reduzir-se-ão de forma drástica: motoristas – se se vier a concretizar a autonomização dos carros; bancários – as transações serão cada vez mais on-line e, futuramente, só haverá “dinheiro de plástico”; carteiros – cada vez mais a comunicação será feita on-line; caixas – os pagamentos serão progressivamente automatizados; agentes de viagem – progressivamente tudo será feito on-line; agricultores – as grandes produções serão cada vez mais automatizadas e, consequentemente, por falta de rentabilidade, as pequenas explorações deixarão de produzir. Se se vier a concretizar grande desemprego, poderá verificar-se um retorno à agricultura de subsistência ou, talvez, como terapia.
Ao aproximar-se a época de exames, muitas serão as preocupações quanto ao curso a seguir.
Será que as escolas e universidades estão cientes dos desafios que se afiguram e estão a formar jovens para profissões que estes poderão vir a desempenhar ou serão surpreendidas com o turbilhão tecnológico que se aproxima?
Aprofundando um pouco a reflexão, se hoje ainda se questiona que profissão há de escolher, num futuro, não muito longínquo, a grande questão poderá ser: o que fazer num mundo onde mais de metade da população não irá ter nada para fazer. Como vamos ocupar o tempo livre?