Caros leitores, desta vez vou escrever para o nosso jornal um pouco diferente do habitual, uma vez que tudo é muito importante. Por conseguinte vou debruçar-me acerca de “para que serve a guerra”.
Nós actuais vivos já passámos por duas guerras mundiais. Da primeira, duvido que ainda haja alguém no rol dos vivos, que começou em 1914 e terminou em 1918. E a segunda, que começou em 19 de Setembro de 1939 e terminou em 1945, deste tempo sou eu signatário deste artigo e o resultado de ambas foi a morte de tantas pessoas, destruição e fome. Disse uma vez um escritor britânico de nome Evelyn Waugh que a guerra não é senão comércio. Mas o sangue dos inocentes não é contido no tarifário. Segundo tenho lido, os grandes exportadores de armas são os Estados Unidos, a Rússia, a Alemanha e a França. Mas um tal senhor de nome Sergey Chemezov, director geral da Rosoboronexport, a agência estatal russa que detém o monopólio da venda de armamentos, tinha anunciado que Moscovo visava exportar em 2015 mais de treze biliões de dólares em armas em conformidade com 2014. A instabilidade do Médio Oriente, portanto, é um bem primário da indústria bélica mundial. Assim com todos estes avanços bélicos, estaremos à beira de uma terceira guerra mundial.
Ao ouvirmos a televisão, os discursos dos altos dirigentes, todos eles alertam para a Paz, mas as palavras têm um preço e este é decidido pelas munições.
Caros leitores, as palavras estabilidade e segurança querem dizer redução dos requisitos dos sistemas de combate. No decénio de 2002/2011 registaram-se 73 conflitos armados de matriz estatal, 223 conflitos não estatais e 130 actos de violência unilateral. O montante total das despesas militar/mundial está avaliado em 1756 biliões de dólares, que corresponde a 2,5 por cento do produto interno global; cerca de 249 dólares por pessoa. No período de 2010/2014 o volume de transferência de armas cresceu 16 por cento em relação a 2005 a 2009. Os cinco maiores exportadores entre 2010 e 2014 foram os EUA, a Rússia, a China, a Alemanha e a França, e os cinco maiores importadores foram a Índia, a Arábia Saudita, os Emirados Unidos e o Paquistão. Nos últimos quatro anos a exportação americana dos maiores sistemas de armas cresceu 23 por cento, devido aos 94 compradores, enquanto a China cresceu 143 por cento entre 2005 e 2014. Também Moscovo aumentou a sua exportação 27 por cento, fornecendo armas a 56 Estados e às forças rebeldes da Ucrânia.
Caros leitores, ainda tinha mais coisas para escrever acerca da guerra, mas vou terminar. Hoje em dia dizem-se tantas que não se podem fazer, porque falta o dinheiro necessário. No entanto, há sempre dinheiro para fazer seja o que for e falta para fazer outras. Por exemplo, encontra-se dinheiro para adquirir armas em função das guerras, para operações financeiras sem escrúpulos. Disto habitualmente não se fala; mas sublinhamos muito o dinheiro que falta para criar postos de trabalho e outras coisas.
Mudando de assunto. Saibam senhores leitores que em 2 de Abril de 2005 faleceu o saudoso Papa João Paulo II. Em 18 de Abril de 1842 nasceu Antero de Quental. E o dia que não recordo faleceu o Cardeal Patriarca D. António Ribeiro. Em 16 de Abril de 1927 nasceu, na Alemanha, o Papa Emérito Bento XVI. E, no dia 28 de Abril de 1889, nasceu em Santa Comba Dão o Sr. Dr. António de Oliveira Salazar, que foi Professor Catedrático na Universidade de Coimbra e Governante deste País. O homem que governou mas não roubou, conforme está escrito numa pedra de mármore junto à residência onde nasceu.
Caros leitores não me deixam escrever mais, mas a continuar assim como escrevi neste artigo parece-me bem que NÃO ESTÁ CERTO.