Mais uma vez os resultados das eleições europeias a 26 de maio, levam a várias reflexões pelos políticos e cidadãos, e mais uma vez a abstenção em resultados foi vencedora, e no sentido político esta palavra significa uma participação passiva do cidadão negando-se a fazer uma escolha política e a ter opinião.
Num país de plena democracia é um ato reprovável, e principalmente uma falta de ética para com aqueles que lutaram e até perderam a vida pela luta da conquista ao direito de voto sem restrições.
No entanto em democracia também é um direito do cidadão escolher essa opção, que na sua maioria justificam essa escolha, apontando como principais causas: desinteresse pela classe política; comportamento corrupto de alguns políticos; insatisfação com o sistema de democracia; forma de protesto; falta de esclarecimento eleitoral; barreiras sociais de acesso ao voto. Relativamente a este último aspeto temos de reconhecer a evolução nesta matéria com o acesso facilitado aos cidadãos invisuais.
Reconhecemos que a desmobilização do eleitorado é grande, porém nenhuma justificação merece o não cumprimento de um dever de cidadania, e a sua afirmação poderá ficar registada no voto em branco ou nulo, levando à redução da percentagem da abstenção.
Também nas eleições a ética e a cidadania devem estar presentes, pois são a base das atitudes tomadas pelas pessoas e como elas interagem em sociedade.
Refiro-me não à cidadania que diz respeito à nacionalidade da pessoa de pertencer a uma nação, em geral na qual nasceu, mas sim à cidadania que está relacionada com os direitos que devem estar totalmente assegurados, como direitos civis, direitos sociais e direitos políticos. E para que esta cidadania seja plena urge terminar com as desigualdades e que todas as pessoas de determinada sociedade vivam em harmonia e paz.
Tendencialmente, com a evolução histórica da conquista de direitos políticos, a cidadania vai modificando-se para melhor, tanto no tratamento social, com respeito, entre cidadãos, como por uma maior consciência civil e política. Contudo por cá, infelizmente, também não se verificou esta tendência, por isso nas próximas eleições vote, o seu gesto, de votação consciente, pode ajudar a fazer a diferença de muitos e contribuir para a concretização plena de cidadania.