Continuação da edição anterior
A ETP SICÓ de Alvaiázere tem de ter um papel preponderante na estrutura sócio económica no futuro de Alvaiázere.
E não é pelo lado empregador que falo. Falo essencialmente na formação que deverá ministrar para fomentar o emprego e a fixação de jovens no concelho.
Com a desocupação das instalações da EB1 de Alvaiázere, é imperial que estas sejam ocupadas pala ETP SICÓ de Alvaiázere para leccionar mais cursos.
Penso que um curso (além do que já referi no artigo anterior) a ser ministrado deveria estar ligado à agricultura.
Alvaiázere poderia tornar-se num promotor de projetos agrícolas tornando esta atividade num cluster local. Hoje a agricultura não pode ser encarada como no passado.
Atualmente, através de estruturas de protecção como as estufas ou os túneis, recorrendo a sistemas de fertilização/ irrigação e de substratos que substituem o solo, pode-se produzir desde hortícolas, flores, frutos e pequenos frutos, até mesmo nos terrenos menos férteis.
Um hectare de terreno pode empregar entre 5 a 10 pessoas (e temos tantos até ao abandono!). Depois viriam as organizações de produtores, as empresas especializadas neste tipo de serviços, o comércio de materiais e por aí fora, sempre a criar empregos. Basta ver o que aconteceu na zona oeste do País e verificar a transformação daquele território nos últimos 15/20 anos, onde a agricultura se tornou no principal motor e impulsionador da economia, criando e garantindo milhares de postos de trabalho.
Para isso foi necessário haver estratégia e coragem para decidir o caminho a seguir. Foi necessário romper com o estereótipo que só as fábricas e armazéns podem criar emprego e riqueza.
Acho sinceramente que para Alvaiázere é tarde de mais para "apanhar o comboio" do desenvolvimento industrial devido á falta de recursos e equipamentos que seriam necessários para tal acontecer.
No concelho já se vislumbram alguns investimentos agrícolas onde na maioria dos casos o sucesso foi alcançado. Porque não replicá-los? Fica o desafio à ETP SICÓ e às entidades de decisão.
Para terminar queria deixar um facto que me deixa orgulhoso enquanto alvaiazerense e amigo. Pela primeira vez (que me lembre) Alvaiázere tem um futebolista a fazer parte do plantel de uma equipa da 1ª Liga, nesta caso a Académica, de seu nome Pedro Lagoa. Formado nas escolas do GDA, cedo rumou à terra dos estudantes onde paulatinamente foi conquistando os treinadores dos escalões de formação da AAC. Agora devido as suas excelentes capacidades desportivas e pessoais, vê coroado o seu esforço e dedicação.
Ao Pedro a melhor sorte do mundo nesta sua experiência. Ao Tó Lagoa e à Celestina Grácio, parabéns pelo exemplo de "menino" que criaram.