… sentimos uma alegria louca ao sermos campeões europeus, quando poucos o previam e apesar dos consecutivos empates, superámos prolongamento e penalties, lá chegando à primeira vitória nos 90 minutos na meia-final e no jogo decisivo, superiorizámo- nos aos favoritos e confiantes anfitriões franceses. Ah oui, ça va bien!
Vão-se esvaindo os festejos e caímos na realidade das sanções todos os dias. Apesar da regra dos 3% já ter sido violada mais de 100 vezes, entre 1999 e 2015, foi infringida mais precisamente 114 vezes e a campeã, ironia do destino, é a França com 11 infracções. Mas é a França, claro. Segue-se a Grécia, Portugal e Polónia com 10, Reino Unido 9, Itália 8, Hungria 7, Irlanda e Alemanha 5. Sobre o assunto é curiosa a visão dos americanos, um dos seus mais conceituados jornais, o Wall Street Journal, refere que o maior problema da União Europeia é “mais o défice de bom senso” do que os défices orçamentais, identificando o baixo crescimento, impostos elevados e os desperdícios na despesa, como as grandes questões a resolver, aconselhando os ministros das Finanças a discutir estratégias de crescimento, em resumo “apoiar em vez de punir”. Não podíamos estar mais de acordo.
Em termos de banca nacional, qualquer leigo se dá conta que essa questão não foi resolvida durante a intervenção da troika, tendo alguém varrido o lixo, entenda-se os problemas, para debaixo do tapete. Certamente para a saída ser limpa. Duas décimas, que mais não são do que um pretexto para os políticos europeus. Tem toda a razão a ex-ministra, se fosse ela ainda a conduzir as Finanças, não se falaria tanto em sanções. É uma questão de pressão, puramente política.
Por cá a reabertura da Assembleia de Alvaiázere, vulgo Clube, para ver todos os jogos de Portugal, ficará para sempre associado a esse título, um marco histórico que dificilmente será esquecido. Alguns garantem que até fomos campeões europeus, por marcar presença em todos os jogos, naquela sala. Pois é, nós por cá… ainda temos aquelas “fezadas”!