PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

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Nós por cá…

…Todos bem, muito felizes e contentes. Pelo que ouvimos, a crise acabou! Ainda bem que nos avisam, porque não tínhamos dado por nada. As promessas aí estão, isto apesar do desmancha-prazeres do FMI já ter alertado, que pelo menos vinte anos vão ser necessários, para voltarmos ao antes da crise. A publicidade enganosa também já chegou com cartazes aldrabados e dados do desemprego enganadores. Por detrás dos números, esconde-se a realidade. Comparando o 2º trimestre de 2015, com o 2º trimestre de 2011, para além de uma menor percentagem do desemprego, os empregos diminuíram em 218 mil. Parece contraditório mas não é, já que se explica com os mais de 200 mil que saíram do País à procura de trabalho, na sua maioria jovens, o acréscimo de 45 mil desencorajados que deixaram de procurar emprego, bem como o acréscimo de 36 mil no dito subemprego. É indesmentível que desde 2013, tem aumentado o número de empregados, fruto de alguma recuperação da economia, que se deve festejar, mas não se podendo esquecer a deterioração da remuneração do trabalho. Trabalhadores seniores e experientes, licenciados ou não, foram para o desemprego e alguns dificilmente voltarão ao mercado de trabalho. Entram os mais jovens, muitos deles licenciados, a receber pouco mais que o ordenado mínimo nacional. O número de empregados que recebe o ordenado mínimo, quase que duplicou, sendo actualmente um quinto do total. O tal factor de competitividade, que nos torna concorrenciais e que ajudam a aumentar as exportações. Novamente a diferença entre os números e a vida real das pessoas. O que os números mostram e o que eles escondem!

O que está bem à vista, é a autêntica tragédia dos milhares de migrantes que fogem da guerra e da miséria, arriscando a própria vida e a dos seus filhos, em busca de uma réstia de esperança. Dramas do mundo actual, em pleno século XXI, que preocupam pela falta de capacidade dos países civilizados em resolver. Confrangedor, no mínimo!

Por cá já tivemos conhecimento dos 11 projectos concorrentes ao Orçamento Participativo do nosso Município e alguns deles bem interessantes e de baixo custos. Desde há alguns anos, esta iniciativa de diversas autarquias é brilhante, por dar voz e em muitos casos concretizar pretensões de cidadãos, que de outra forma ficariam por executar. As freguesias de Almoster e Pelmá mostraram maior dinâmica, esperemos que no futuro as restantes três "maiores" sigam o exemplo.