A vila de Alvaiázere mostrava uma face pouco diversificada no final do período monárquico. A falta de indústrias e a vertente acentuada da agricultura (sobretudo o vinho e o azeite) eram a realidade da economia dos Alvaiazerenses na primeira metade do século XX, não sendo suficientes para uma mudança significativa no modo de vida da população.
Tendo por base um Anuário Comercial editado em 1904, colhemos algumas informações que permitem caracterizar a vila de Alvaiázere no contexto socioeconómico e traçar um retrato desta vila do norte do distrito de Leiria nessa época (Annuario Commercial de Portugal, Ilhas e Ultramar da Industria, da Magistratura e da Administração ou Annuario dos 600:000 Endereços em Lisboa, concelhos do reino, ilhas e colonias, Director: PIRES, Caldeira, XXIV Anno de publicação, Lisboa, 1904, pp. 1060-1061).
Justamente nesse ano de 1904, a administração do concelho era exercitada pelo administrador Francisco Simões Baião, pelo substituto Manuel Maria Pimentel Ferreira, pelo secretário António Dias Pereira e pelo oficial Joaquim Jorge de Freitas.
A administração judicial era assegurada pelo juiz Agostinho de Abranches Teixeira Fazenda Viegas, pelo delegado Manuel Simões Alegre, pelo contador e distribuidor Januário Fernandes de Sousa Ribeiro, pelos escrivães do 1.º, 2.º e 3.º ofícios, Francisco Alves Coelho, António Fauré da Rosa e Augusto Joaquim Fauré da Rosa, pelos oficiais de diligências António Miguel da Cunha, Amândio da Silva Rés e Luís Cerveira Fontes, respetivamente, e ainda pelo notário Policarpo Marques Rosa.
Presidia à Câmara Municipal o Visconde S. Pedro da Murta, sendo assessorado pelo secretário Juvêncio Augusto da Silva e Castro, pelo amanuense Manuel Miguel Otto e pelo oficial de diligências Domingos Gonçalves Potta. Possuía esta vila Juízo de Paz, assegurado nesse ano de 1904, pelo juiz António Álvaro Nunes Serio, assessorado pelo escrivão António Cotrim de Sousa e pelo oficial de diligências António de Oliveira.
Asseverava este anuário que o principal motor comercial desta vila residia na riqueza do azeite, havendo três grandes lagares cujos proprietários eram Augusto Henriques Simões, José d'Oliveira e Manuel Lopes dos Santos.
Para além da produção do referido produto, a sua comercialização por esta região era efetuada por dois negociantes que se destacavam dos demais: Augusto Henrique Simões e Francisco Brito das Vinhas.
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