A mais de um ano das próximas eleições autárquicas, já se nota um corrupio fora do comum de autarcas, futuros candidatos, máquinas partidárias. Autarcas e futuros candidatos a percorrerem todas as festas e romarias, bailes e bailaricos com a família completa a acompanhar. Futuros candidatos a imitar-lhes os passos, a mostrarem-se sorridentes e cheios de simpatia, que é preciso cativar o eleitorado. Carrancas e mau feitio têm tempo de vir depois. Começam a chover promessas de futuras obras, algumas impossíveis de concretizar, outras para inglês ver nos jornais. Dão-se alguns retoques em obras que se iniciaram (tipo obras de Santa Engrácia) e ainda irão perdurar para novas campanhas, algumas vezes porque o dinheiro não chega, outas porque é preciso fazê-las perdurar no tempo a fim de ir enganando o Zé pacóvio.
No nosso concelho o mesmo se vai passando. Já aparecem em grandes parangonas dos jornais grandes obras, grandes investimentos, lembrando eleições anteriores e cujas obras nunca vieram à luz do dia. Lembro-me de uma casa mortuária em Alvaiázere, promessa que serve para campanha há mais de vinte anos, um hotel ou estalagem na serra de Alvaiázere, um hotel de charme na ex-casa da família Ribeiro Ferreira, aumento ou criação de zonas industriais. Enfim, um regabofe de promessas que nunca são concretizadas, mas que o povo, ingénuo por natureza ou porque o quer ser, vai engolindo e acreditando. No que o povo deve acreditar porque está à vista de todos é que têm andado a ser sempre enganados (e gostam).
São evidentes os exemplos da anterior governação do nosso concelho, cujo presidente se julgava o maior em tudo (autarca, economista, engenheiro, arquitecto, etc.,) mas que apenas deixou burradas, dívidas, obras sem jeito e tortuosas por acabar. Exemplos? Ruas e estradas em Alvaiázere e arredores, parque da Avanteira com o seu Polidesportivo sem medidas oficiais, servindo portanto apenas para brincar e com balneário sem possível utilização, porque apenas tem paredes exteriores, não tem água nem luz. Também junto a esse suposto balneário, um tanque para possível utilização por helicópteros em caso de incêndios, mas que, face à sua péssima localização nunca é utilizado porque os pilotos têm medo das manobras necessárias. Muitos mais exemplos para dar, mas o espaço na crónica não dá para apontar. Talvez em próximas edições. Como sou um homem de fé e tenho a certeza que não há nenhuma ditadura que dure para sempre, acredito que a de Alvaiázere, terá o mesmo destino. Aliás já se mostram nuvens de tempestade e poderão ter a certeza que quem pensa que a sua lei durará para sempre, mais cedo ou mais tarde sofrerá as consequências. Há o ditado que diz, e se não há poderá passar a haver, os meus amigos de interesse de hoje, serão os meus inimigos de amanhã.