Como já tenho uma certa idade, uma vez que nasci no ano de 1937, já passei por algumas gerações. Já vivi em épocas que se discutia um palmo de terra, a partilha de águas de rega, jogavam-se umas cartas nas tabernas e muitas outras coisas. Pois estas pessoas podiam-se considerar de cultura reduzida. Ora por vezes serviam-se de maus tratos, a cultura era reduzida e lá a porrada servia para resolver situações, que nunca ficavam resolvidas e claro iam para Tribunal e, logo a cadeia os esperava.
Para estas celas lá iam os incultos que nem o nome sabiam fazer.
Não sei se os senhores leitores sabem o ensino obrigatório começou na Rússia em 1819, depois de derrotado por Napoleão Bonaparte, comandante das invasões francesas, nascido na ilha de Córsega em 15 de Agosto de 1769. Mais tarde o governante Frederico “O Grande”, tornou obrigatório o ensino dos 5 aos 13 anos, para garantir maior lealdade dos cidadãos na defesa da Pátria.
Em Portugal, com a instauração da República em 1910 houve uma mudança de fundo na educação. Os pedagogos João de Barros e João de Deus foram os mentores da reforma do ensino primário em 1911. Este último João de Deus, foi o autor da “Cartilha Maternal” (pela qual o meu saudoso PAI estudou) segundo ele chegou a dizer, método este, usado até aos anos de 1930. Assim, os trabalhadores rurais desta época eram de cultura muito reduzida. Comparando a cultura desse tempo com a de agora, os actuais têm obrigação de terem uma cultura muitíssimo mais avançada.
Acontece que, a partir dos anos de 1930 as escolas e os professores não faltavam, uma vez que ainda se pode ver os velhos edifícios espalhados pelas aldeias, quase todas do mesmo estilo.
Mas os tempos mudaram e, não sei se os senhores leitores já repararam, as cadeias actuais têm muitos senhores que se dizem cultos, com cursos universitários, ou pelo menos têm passado pelas universidades, nem imagino porque crimes, talvez por andarem a dar trigo aos pardais, digo eu, mas eles é que sabem, e os pobres incultos a que acima me refiro andaram cá por fora, bem descansados com os amigos e talvez a beberem uns copos.
Como isto tudo mudou e por causa do material sonante que é o dinheiro.
Eu signatário deste artigo, que tenho vergonha, prefiro andar à solta com menos dinheiro do que estar na cadeia por causa dele. Sou livre nesse aspecto.
Escrevo este artigo para demonstrar a cultura de antigamente e a actual. Qual é a melhor. Pois a continuarem assim parece-me bem que NÃO ESTÁ CERTO.