Chegou-me há dias às mãos um papel dizendo que um político deste País, em 1932 proferiu a seguinte frase numa entrevista ao jornalista António Ferro.
A frase dizia o seguinte: “Há que regular a máquina do Estado com tal precisão que os ministros estejam impossibilitados, pela própria natureza das leis, de fazer favores aos seus conhecidos e amigos”.
Em face disto há cerca de 10 anos o vice-presidente do Banco Mundial fez uma afirmação no mínimo insólita: “Se não fosse a corrupção, Portugal poderia estar num plano de desenvolvimento ao nível do da Finlândia ou de outros Países do Norte da Europa”. Nota-se que o ilustre burocrata europeu por certo desconhece “o triste fado” português. Acontece que já este ano o Grupo de Estados contra a Corrupção (GREGO), organismo do Conselho Europeu classificou Portugal como “globalmente insatisfatório” no combate à corrupção.
Agora recuando no tempo, nas FARPAS escritas em 1871 por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, podia lerse logo na primeira crónica que o País perdeu a inteligência e a consciência moral (…). Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Assim todas as consciências certificam a podridão, mas todos os temperamentos se dão bem na podridão.
Toda a gente sabe que as instituições politicas actualmente, incluindo os deputados, que servem a Nação Portuguesa estão desprestigiados.
Como se alcança dos jornais diários, o que anda agora na voga, esse senhor de nome MANUEL PINHO segundo consta encheu-se do dito material sonante, como eu e outros chamam. Onde está a honestidade? E, depois lá vem o ilustre advogado a defende-lo e a outros alegando que eles são muito honestos.
Cumprem a devida obrigação. É o seu dever. Segundo me consta esse tal senhor Pinho noutro caso, segundo documento do caso “EDP” de que Manuel Pinho é arguido o ex-ministro da Economia, deteria três empresas of shore (sob os nomes de Tartaruga, Blackade e Mandalay) através das quais terá recebido mais de um milhão de euros de Ricardo Espirito Santo.
Estes exemplos levam a um triste reflexo sobre algumas ilustres figuras da política, da banca e da economia. Isto é tudo favores em cima de favores, para não dizer mais. Razão tem o ilustre político a que acima me refiro.
Mudando de assunto no passado mês de julho, no dia 3 faleceu, a Rainha Santa Isabel. No dia 8 de julho de 1840 nasceu Manuel da Arriaga, que foi Presidente da República de Portugal. No dia 12 de Julho de 1780 nasceu Mouzinho da Silveira, homem importante de Angola. Em 18 de Julho de 1697 faleceu o padre António Vieira, grande pregador no Brasil. No dia 20 de Julho de 1955 faleceu o grande capitalista Calouste Gulbenkian. No dia 31 de Julho de 1750 faleceu o El Rei D. João V.
Para terminar, pois ainda tinha mais para escrever, porque a continuar como acima digo, parece-me bem que NÃO ESTÁ CERTO.