Foi neste mês de agosto que a maioria da população gozou as suas merecidas férias, de extrema importância na reposição de energias, com a recuperação psíquica e física, após uma atividade constante, trabalho ou aulas.
Hoje é um direito inabdicável do trabalhador, o direito a férias, com uma dimensão e normas internacionais, conquistado ao longo dos tempos. O direito a férias surgiu com a revolução industrial no Reino Unido, após diversas lutas, pelos direitos no trabalho nas unidades fabris, apoiadas pelos sindicatos. Após a 2ª guerra mundial com a declaração universal dos direitos do homem aprovada em 1948 no dia 10 de dezembro este direito teve novo impulso pelo conteúdo do seu artigo 24º “Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas”. O direito a férias pagas tinha sido alcançado anteriormente pelos franceses, e também abraçado por Portugal, no entanto é um direito que existe ainda em poucos países do mundo.
Em Portugal só a partir da revolução do 25 de abril é que este direito é alcançado por todos os trabalhadores, embora legislado muito anteriormente, assim como a terem férias renumeradas.
Após estas conquistas a massificação das férias começa a ser uma realidade, no entanto muitos continuam a não ter possibilidades para passar férias fora de casa e até aproveitam estas para ganharem um dinheiro extra, que permita dar melhores condições à familia ou no caso dos estudantes pagarem os seus estudos.
Já muito se alcançou, porém ainda é preciso percorrer um longo caminho de luta para que todos possam usufruir deste direito universal.
Temos de procurar uma alternativa sermos criativos e não vivermos angustiados, usufruir de momentos de relaxamento e laser, na companhia de um bom livro, fazendo passeios, em contacto estreito com a natureza, de aventura e descoberta, como por exemplo é o caso da nossa serra de Alvaiázere, de vista deslumbrante, ou visitando monumentos, casas, museus. Enfim, fazendo um roteiro como se fossemos para uma terra desconhecida, explorando turisticamente o local onde vivemos, com um olhar novo e atento, que só as férias podem proporcionar. Usufruirmos, com entusiasmo, as muitas festas e romarias que ainda guardam tradições seculares. As surpresas encontradas serão muitas e revitalizantes para voltarmos de novo ao trabalho, com mais energia.
Para os que ainda não gozaram férias desejo-lhes as melhores e para os que as terminaram um bom regresso a suas casas, não esquecendo os emigrantes e lusodescendentes que, felizmente, continuam a visitar, nesta época, os seus familiares e as suas terras.