Lembrei-me da música do Jorge Palma para o título deste artigo e penso mesmo ser o mais apropriado.
Num passado recente a justificação que se dava para a falta de visão estratégica e para resolução dos problemas que nos assolavam era de que estávamos em crise e que os quadros comunitários estavam a acabar… etc,. etc.
A música era sempre a mesma embora a letra fosse muito pobre.
E agora Alvaiázere? Do que é que estás à espera?
Embora ténue a recuperação financeira do País está aí. O novo quadro comunitário está em vigor. E nós estamos melhor?
Sinceramente penso que não, mas penso que temos tudo para poder melhorar.
É necessário sem qualquer tipo de dogma identificar os principais problemas do Concelho e criar condições para os resolver. E penso que o principal problema é a falta de população.
Podem-me dizer que isso é um problema transversal ao interior do País e que não toca só a Alvaiázere. É verdade. Mas também é verdade que com o mal dos outros posso eu bem e que por estarmos só a 40 km do litoral e a 50 km de cidades como Coimbra ou Leiria, não poderemos ser considerados propiamente do interior.
Sem pessoas a morar no nosso Concelho, nada feito. Fecham as escolas porque não têm alunos, fecham os serviços públicos porque não têm utentes, e outros mais.
E o que podem os decisores fazer para inverter isso?
Tornar Alvaiázere atractiva do ponto de visto da oferta urbanística.
Como? Passo a explicar.
A Câmara de Alvaiázere é atualmente proprietária de milhares de metros quadrados de terrenos que estão ao abandono. Nesses terrenos deveriam ser criados lotes de habitação a preços simbólicos por metro quadrado para atrair pessoas a morar no Concelho.
Seria criado um regulamento de ocupação desses espaços onde fosse obrigatório a casa a construir ser a de primeira habitação, onde os filhos dos moradores tivessem obrigatoriamente de frequentar os estabelecimentos de ensino do Concelho (sempre que houvesse oferta educativa), onde se estipulava um prazo para a construção e ocupação do imóvel e onde se proibia a venda por exemplo nos próximos 20 anos para evitar a especulação imobiliária.
Com este estímulo muitos jovens casais (e não só), viriam criada uma alternativa para evitar a saída para Concelhos vizinhos, permitiria a sua fixação e serviria para chamar para o nosso Concelho outros que não têm capacidade de adquirir terrenos para construir casa.
Querem exemplos?
Dá-los-ei no próximo mês.