PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

bruno_gomes

As nossas crianças e os… orçamentos!

Um dia destes fui dar um passeio com a família e fomos visitar o centro de ciência viva de Constância.

Olhei para os miúdos que iam comigo e observei a atenção com que ouviam os monitores do centro, a alegria com que faziam as experiências e lembrei-me dos passeios que eram promovidos pelas escolas primárias com o apoio do município no meu tempo de escola por esse Portugal fora.

Guardo na memória religiosamente esses momentos. Foram nesses passeios que conheci o Aquário Vasco da Gama, o Mosteiro dos Jerónimos, o Padrão dos Descobrimentos, a Torre de Belém, o Museu dos Coches, o Sítio na Nazaré e tantos outros locais históricos de Portugal.

Para nós era tudo nesse dia. Para muitas das crianças era uma oportunidade única, pois por motivos financeiros não tinham hipótese de conhecer a nossa história se não fosse naqueles passeios míticos.

E os tempos eram outros, com mais dificuldades, sem tantos luxos. Lá levávamos nós numa mochila o almoço e o lanche para o regresso. Mas tudo se fazia. “Senhor condutor ponha o pé no acelerador…” dizíamos nós na viagem de ida. Magnífico.

Mas tudo isto a propósito do esquecimento a que as nossas crianças e jovens são votadas pelos órgãos autárquicos de Alvaiázere.

Dizem-me que não há dinheiro para esses passeios e que as coisas não estão fáceis. Mas, e se as crianças votassem?

Neste caso haveria com certeza dinheiro para isso e muito mais.

Não estou contra os rios de dinheiro que se gasta com os passeios e almoços na semana da idade maior, da universidade sénior, nos passeios que cada junta de Freguesia organiza. Acho um exagero mas sinceramente não estou contra. Acho que devemos ter muita consideração por quem já deu muito de si por nós e por Alvaiázere. É merecido.

O que não compreendo por exemplo, é porque é que os executivos das juntas de Freguesia não organizam um Passeio para as crianças e jovens das suas Freguesias como fazem com os mais velhos.

Não compreendo, porque é que a Câmara Municipal não investe nesses passeios de forma a promover a cultura e a formação dos mais jovens do Concelho principalmente os que têm mais dificuldades.

Agora que é altura de elaborar as grandes opções do plano e os respectivos orçamentos nos órgãos autárquicos fica aqui o mote para que não se esqueçam dos mais jovens. São eles o nosso futuro e o fruto de todo o nosso trabalho. É para eles que devemos guiar as nossas opções.

Bem sei que eles não votam e que por isso não merecem grande preocupação dos políticos. Mas fica a pergunta: E se votassem?