Segundo vários estudos, a temperatura média do planeta pode subir 1,5º C na próxima década. Se assim for, o mundo entrará num estado climático sem precedentes. O degelo dos pólos e glaciares poderá causar a elevação do nível do mar, superior a um metro neste século, causando um fluxo migratório de milhões das pessoas que vivem em zonas costeiras ou em ilhas.
A par disto, eventos extremos, como secas, inundações, ondas de calor, tempestades e grandes incêndios passarão a ser mais frequentes, quase a nova normalidade. Cumulativamente, o aquecimento global trará mais epidemias (zika, malária e outras) às regiões temperadas.
Embora seja maioritariamente aceite que o aquecimento global e as consequentes alterações climáticas seja provocado pelo Homem, há também quem negue, ou que seja mínima, a influência humana nessas alterações.
Seja como for, um facto é que necessitamos intensificar, se queremos viver mais e melhor, a proteção e restauração dos ecossistemas naturais, como as florestas. Além disso, temos de ser mais eficientes energeticamente, seja na produção ou no consumo. Substituir a energia baseada em combustíveis fósseis pela energia renovável ou outra mais limpa, nos transportes e a mudança da dieta, mais saudável e equilibrada, são passos seguros para contrabalançar as mortes prematuras provocadas pela poluição ambiental que, segundo alguns estudos, é superior ao somatório do número de mortes causadas pelo tabagismo, sida, malária, guerras ou outras formas de violência.
Está também provado que esta situação será mais grave nos países pobres, por falta de recursos, como é o caso de Portugal.
Quando algumas cidades proíbem a circulação de veículos ou, indiretamente, desincentivam o seu uso, “oferecendo” passes para transportes públicos, parecem ser medidas de aplaudir, embora sejam uma forma de encobrimento e manipulação da realidade.
Curiosamente, isto nunca é dito e é invisível nas estatísticas oficiais, é que a poluição provocada pelos navios que passam na nossa costa é quase equiparável à poluição terrestre, pois o combustível utilizado pelos navios de cruzeiro, e não só, é cerca de 3500 vezes mais poluente do que o gasóleo usado por camiões e carros.
A mesma situação pode ser considerada em relação aos aviões comerciais que são considerados uma das maiores fontes de emissão de gases de estufa, contribuindo assim para o acréscimo do risco ambiental e de saúde pública.
O aumento exponencial do turismo sendo considerado, neste momento, a galinha dos ovos de oiro da nossa economia, poder-se-á revelar, a longo prazo, pelas razões atrás evocadas, “chumbo” que nos empurrará mais cedo para a cova.