PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

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Abrir as portas

No dia dois de maio terminou o estado de emergência e entrou em vigor o estado de calamidade pública que deu início a um plano gradual de desconfinamento com várias fases, regras e recomendações que irão ter continuidade no início do mês de junho. Esperamos, para bem de todos, que tal como no confinamento sejam cumpridas as medidas veiculadas pelo governo, para que todo o esforço e grandes dificuldades do confinamento, que tanto mudaram a nossa vida, pelo isolamento das nossas vivências, não tenham sido em vão. Verificou-se a desaceleração do contágio não só pelo respeito às normas impostas, mas também pelas medidas de combate à covid-19, no entanto está-se a sentir, cada vez mais, os efeitos destas no agravamento das desigualdades com a perda de rendimentos nas famílias pela suspensão da atividade profissional e respetivo impacto a nível do quotidiano destas, aumentando também os problemas das populações mais vulneráveis.

Assim, nesta edição continuámos a ouvir as perceções sob o ponto de vista dos cidadãos e dos vários serviços do concelho, Juntas de Freguesia do Concelho e Câmara Municipal de Alvaiázere, com a intervenção da APIN, para colmatar algumas destas dificuldades sentidas pelas nossas famílias.

Demos também voz a agentes dos serviços de saúde que exaustos, de rostos cansados e sem queixume, são uma força extraordinária no dia a dia no combate deste terrível vírus, com belas demonstrações de altruísmo.

Nesta primavera que se vislumbra, seguindo as normas do desconfinamento as nossas escolas regressaram às aulas presenciais, numa socialização gradual e em segurança. Também a reabertura do nosso Museu Municipal revela uma luz ao fundo do túnel, reabrindo as suas portas no dia internacional dos museus. Um dia partilhado em segurança, com uma grande diversidade de atividades e iniciativas virtuais, transformando o Museu num espaço sem paredes de acesso fácil a toda a comunidade. Tudo boas razões para recomeçarmos, a superar a ansiedade, o medo e a incerteza que nos invadiu em tempos de confinamento, mas sempre em segurança. A tentação é grande, pois a vontade de repor abraços e encontros adiados, pode levar a excessos, que devemos ponderar, urge abrir as portas, de forma cautelosa, para que a vida nos volte a sorrir, todos diferentes, mas mais humanizados. E cito o nosso grande poeta Luís de Camões, “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”.