PROPRIEDADE: CASA DO CONCELHO DE ALVAIÁZERE

DIRECTOR: MARIA TEODORA FREIRE GONÇALVES CARDO

DIRECTOR-ADJUNTO: CARLOS FREIRE RIBEIRO

jose_batista

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Escrevi, no artigo do mês de setembro, que os perdedores das eleições autárquicas não deviam ser ostracizados.

Um amigo de longa data, questionou-me pelo uso desta “palavra cara” e sobre o seu significado. Teria a ver com ostras?

Quanto ao seu significado foi fácil explicar que ostracizados queria dizer excluídos. Quanto à outra questão não soube responder, mas como fiquei com a pulga atrás da orelha, fui pesquisar e, sem palavras muito caras, vou tentar explicar.

Ostracismo é uma palavra derivada do grego ostrakon, que genericamente nomeava uma série de objetos duros, tais como conchas, carapaças (de tartaruga) e cacos (de cerâmica).

O ostracismo foi um tipo de punição existente em Atenas, berço do democracia, no século V a.C., na qual, todos os anos, o cidadão, normalmente político, que atentasse contra liberdade pública, era votado pelos outros cidadãos, a ser exilado, geralmente por um período de dez anos.

O método de votação consistia na escrita do eleito num pedaço (caco) de cerâmica, denominado Óstraco. A punição só era aplicada se a eleição atingisse um determinado número de óstracos (votos).

Esta prática tinha como objetivo primordial implantar, segundo os gregos, a verdadeira democracia, pois impedia a participação de tiranos nas eleições.

Mas como tudo tem um lado B, e o inferno está cheio de boas intenções, ao afastar o principal adversário daquele que detinha o poder, o ostracismo aumentava o perigo de ditadura ao invés de afastá-lo e, como tal, teve um fim democrático.

Em tom de brincadeira, termino. Depois de mandar umas postas de pescada sobre o assunto espero não levar uma lontra nessas ventas ou ir para a ostra que te pariu.