Os humanos são uma espécie estranha. Depois de dois anos de guerra contra um inimigo quase invisível que causou milhões de mortes e depauperou as economias de tantos (os mais pobres) países surge alguém, aparentemente louco, capaz de dar início a uma guerra de consequências imprevisíveis.
Somos piores que bichos e a única coisa certa é, para muitos, a morte que chegará mais cedo. Apetece-me dizer que não toca quem deveria tocar…
Como a vida é uma coisa surpreendente e irrepetível, termino com o poema de Fernando Pessoa, in ‘Cancioneiro’ e um desejo forte de um mundo com mais poemas e menos armas.
A Morte Chega Cedo
A morte chega cedo,
Pois breve é toda a vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.