A pobreza é uma realidade que flagela, segundo estimativas da ONU, cerca de 1,3 mil milhões de pessoas em todo o mundo, sendo quase metade crianças e jovens. Com a finalidade de alertar e sensibilizar a sociedade civil para esta realidade foi instituído o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza que é, anualmente, celebrado a 17 de outubro em todo o mundo.
Como se não bastassem as alterações climáticas e a pandemia, a guerra na Ucrânia deu um forte incremento para que muitos mais milhões de pessoas vivenciassem uma situação de pobreza, pois as desigualdades sociais acentuaramse, o desemprego cresceu e houve um aumento generalizado do preço de energia e dos alimentos e, consequentemente, da fome.
Em Portugal, e segundo dados revelados pela Rede Europeia Anti-Pobreza, 18% dos portugueses são pobres tendo, nos últimos anos, a pobreza progredido e alastrado de forma implacável.
Sabemos também que Portugal tem, para além dos muito pobres, quase metade da população a viver abaixo ou no limiar da pobreza, em resultado da crise económica. O aumento dos dependentes do Banco Alimentar e os furtos de alimentos nos supermercados são a parte visível deste fenómeno.
Para combater este flagelo, o secretáriogeral da ONU, António Guterres, enunciou como prioritárias soluções “centradas nas pessoas em campos como saúde, trabalho, igualdade de género, proteção social, transformação de sistemas de alimentação e educação” e também em medidas que alterem a sistema financeiro e incluam medidas de “acesso ao financiamento e alívio da dívida para todos os países”.
Na prática, o governo português, através de uma medida de recurso, atribuiu um subsídio, curto e parece-me mal distribuído.
Algumas câmaras vão mais além e disponibilizam um conjunto de medidas no combate à inflação, à pobreza e á exclusão social: medicamentos e transportes gratuitos, rendas subsidiadas, tarifas especiais na água e na energia, consultas médicas, etc.
Alvaiázere fará, certamente, tanto ou melhor que os outros concelhos. Abro parênteses e lembro-me da falta de óculos nos alunos, principalmente do 1º ciclo…
Termino afirmando que é inadmissível haver pessoas em constante pobreza, sendo-lhe assim negada e desrespeitada a sua dignidade, pois esta não é apenas um direito mas constitui o alicerce para os outros direitos fundamentais.